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Plenário da Alego é invadido, e sessão é encerrada após tentativa de votação da taxação do agro

Wesley Costa/O Popular
Manifestantes invadem plenário da Alego

A sessão da Assembleia Legislativa de Goiás desta terça-feira (22) foi encerrada após produtores rurais invadirem o plenário da casa, por serem contrários a taxação  sobre produtos agropecuários. Um vídeo mostra o momento da invasão (veja acima), quando os deputados rejeitaram o pedido de retirada do projeto da pauta do dia.

Segundo apurado pela reportagem, o requerimento que solicitou a retirada do projeto da pauta do dia foi apresentado pelo deputado estadual Eduardo Prado (PL). No entanto, o colegiado votou contra o pedido e manteve a votação, e com isso o plenário foi invadido e o presidente da casa Lissauer Vieira (PSD) encerrou a sessão. 

Mesmo com o reforço da segurança, os manifestantes quebraram uma das portas do plenário e entraram, ficando apenas nas galerias.

O presidente da casa afirmou que a invasão não dá segurança aos deputados. “A invasão inviabiliza a continuidade. Não dá segurança aos deputados e é preciso preservar a segurança e o andamento normal. O plenário é para presença deles”, afirmou Lissauer. 

Em nota divulgada pela Alego, foi anunciado que uma nova reunião está prevista para a próxima quarta-feira (23). 

"O presidente do Parlamento goiano, Lissauer Vieira (PSD), encerrou a sessão ordinária desta terça-feira, 22, após uma invasão dos agropecuaristas, que acompanhavam as atividades das galerias e dos corredores, ao plenário Iris Rezende. Uma nova reunião está prevista para esta quarta-feira, 23, em horário regimental, às 15 horas."

Entenda o projeto

A votação é referente aos projetos que criam a contribuição do agronegócio e o Fundo Estadual de Infraestrutura (Fundeinfra) no estado.

O texto aprovado em primeira votação pela Assembleia Legislativa, na última quinta-feira (17) por 22 votos a 16, prevê cobrança de no máximo 1,65%. O governo pretende arrecadar cerca de R$ 1 bilhão por ano para investir em rodovias e pontes. A alegação é de que a contribuição, já existente no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Maranhão, é necessária para cobrir parte da queda da arrecadação provocada pelo limite de arrecadação de ICMS dos combustíveis e energia, determinado por lei federal.

Se aprovada, a cobrança de até 1,65% será detalhada por decreto do governador Ronaldo Caiado (UB), ainda sem data para edição.

Manifestantes ocupam plenário

Na última quinta-feria (17) também houve "confusão" dentro da Assembleia Legislativa de Goiás, que adiou a abertura da sessão ordinária depois que o deputado Paulo Trabalho (PL) levou 25 produtores rurais para dentro do plenário, para protesto contra os projetos do governo que criam contribuição sobre produtos agropecuários. O Regimento Interno só permite visitantes nas galerias.

Depois de meia hora, o deputado negociou com o presidente da Casa, Lissauer Vieira (PSD), para que o grupo ocupasse o espaço da imprensa. Os produtores fizeram coro de "não à taxação" e "essa conta o agro não paga, não". 

Veja como votaram os deputados no dia 17 deste mês:

A favor 

Amilton Filho (MDB)

Álvaro Guimarães (UB)

Bruno Peixoto (UB)

Cairo Salim (PSD)

Charles Bento (MDB)

Coronel Adailton (PRTB)

Dr. Antonio (UB)

Dr Fernando Curado (PRTB)

Francisco Oliveira (MDB)

Henrique César (PSC)

Jeferson Rodrigues (Republicanos)

Julio Pina (PRTB)

Lucas Calil (MDB)

Max Menezes (PSD)

Rafael Gouveia (Republicanos)

Rubens Marques (UB)

Talles Barreto (UB)

Thiago Albernaz (MDB)

Tião Caroço (UB)

Virmondes Cruvinel Filho (UB)

Wilde Cambão (PSD)

Zé da Imperial (MDB)

Contra 

Alysson Lima (PSB)

Amauri Ribeiro (UB)

Antônio Gomide (PT)

Cláudio Meirelles (PL)

Chico KGL (UB)

Delegada Adriana Accorsi (PT)

Delegado Eduardo Prado (PL)

Delegado Humberto Teófilo (Patriota)

Gustavo Sebba (PSDB)

Helio de Sousa (PSDB)

Lissauer Vieira (PSD)

Major Araújo (PL)

Paulo Cezar Martins (PL)

Paulo Trabalho (PL)

Sérgio Bravo (PSB)

Zé Carapô (Pros)

Ausentes

Henrique Arantes (MDB)

Karlos Cabral (PSB)

Lêda Borges (PSDB)

Governador do Mato Grosso defende cobrança do agro

"Os produtores ficaram zangados, com razão. A gente paga muito imposto no Brasil. Mas o que nos deixa mais zangados é a falta de resultados. E aqui aplicamos bem", afirmou o governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, correligionário de Ronaldo Caiado (UB).

Mauro foi reeleito no primeiro turno, com mais de 68% dos votos válidos e com apoio do agro.

Wesley Costa/O Popular
Manifestantes invadem plenário da Alego
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