A Polícia Militar de Goiás (PMGO) informou, nesta quinta-feira (30), que determinou a abertura de um Inquérito Policial Militar e um Procedimento Administrativo Disciplinar para apurar a situação, verificada em investigações, de um soldado da corporação que compartilhava com Felipe Gabriel o acesso ao sistema de boletins de ocorrência.
Em nota, a PMGO destacou que abriu os procedimentos “tão logo tomou conhecimento”. “A corporação esclarece que não compactua com qualquer desvio de conduta praticado por seus membros e que o caso será apurado com o rigor devido”, concluiu.
O soldado em questão já compareceu à delegacia e, segundo a Polícia Civil, prestou depoimento espontaneamente. De acordo com Kennia Yanka, ex-namorada de Felipe e filha de João do Rosário Leão, assassinado dentro de uma farmácia, o investigado tinha acesso contínuo ao sistema de boletins de ocorrência das polícias goianas.
O fato seria possibilitado pelo compartilhamento do acesso do soldado da PM com Felipe, de quem é amigo.
Boletim de Ocorrência foi estopim para homicídio
Conforme a Polícia Civil, Felipe Gabriel Jardim Gonçalves, de 26 anos, teve como principal motivação para matar João do Rosário Leão, de 63, a descoberta de que a vítima havia feito uma denúncia contra ele por perseguição com emprego de arma de fogo.
João registrou a ocorrência na segunda-feira (27), horas antes de ser morto dentro da farmácia da qual era dono. O homem decidiu procurar a polícia após, conforme a família da vítima, Felipe ameaçar a ele e à filha e atirar para o alto dentro de um condomínio no final de semana.
De acordo com o delegado Rhaniel Almeida, a constatação da existência de um boletim de ocorrência teria enfurecido Felipe, que tinha a intenção de ingressar na carreira policial – plano que seria frustrado pelo registro.