O policial militar Luiz Pereira da Silva, de 27 anos, filmado ao dar soco em estudante em uma academia já foi investigado por lesão corporal. A sentença descreveu que Luiz e dois colegas teriam cometido o crime contra dois suspeitos em uma ocorrência, mas com base na pena que seria supostamente aplicada, o Ministério Público requereu a prescrição para extinguir a possibilidade de punição dos suspeitos.
A reportagem entrou em contato com o policial por mensagem em busca de um posicionamento, mas não obteve retorno até a última atualização desta matéria.
De acordo com a sentença, publicada no dia 22 de fevereiro deste ano, o crime teria sido cometido no dia 3 de setembro de 2020 e, após a data, não foram verificadas hipóteses para interromper o curso da prescrição. Além do pedido de prescrição, a Justiça determinou o arquivamento do caso.
Em nota, o Ministério Público de Goiás informou que, de acordo com o artigo 209 do Código Penal Militar, o crime de lesão corporal leve, que Luiz e o colega eram suspeitos, tem pena máxima de 1 ano de detenção.
"Ocorre que houve prescrição virtual da punibilidade por conta do lapso de tempo entre o cometimento do suposto crime e o recebimento da denúncia. Por isso, o MP manifestou-se pela extinção da punibilidade, o que foi acatado pela Justiça", explicou o órgão.
Agressão em academia
A estudante de 18 anos, que preferiu não se identificar, disse que o policial militar Luiz Pereira da Silva a agrediu porque a mulher dele queria fazer exercício em aparelho que ela estava (veja vídeo acima). O caso aconteceu em uma academia do Setor Central, em Goiânia.
A jovem contou que já viu o policial na academia, mas não o conhecia e, momentos antes da agressão, disse à mulher dele que usava o aparelho, mas estava descansando no intervalo entre as séries de exercícios.
“Ela voltou para perto do homem e começou a falar: ‘Ela não tá treinando, tá mexendo no celular’. Nessa hora eu olhei para trás e falei que estava treinando sim, só estava descansando. Depois disso o homem começou a me encarar e não parou de me encarar enquanto eu não saí do aparelho”, detalhou.
Em nota, a Polícia Militar disse que o policial estava de folga e informou que determinou a instauração de um procedimento administrativo para apurar as circunstâncias que envolveram a agressão, além de ter adotado 'todas as providências cabíveis'.
De acordo com a jovem, mesmo após sair do aparelho, o policial continuou encarando, até que ela foi encontrar os amigos dela. Pelo vídeo, é possível ver que, enquanto conversava com os rapazes, o agressor foi até ela.
“O cara chegou e começou a gritar comigo me mandando criar vergonha e eu disse para ele criar vergonha. Ele encostou em mim e me empurrou. Eu ‘empurrei ele’ de volta e nisso ele me deu um soco. Eu empurrei só porque ele me empurrou. Estou muito mal”, falou.
A academia
À reportagem, a academia Bluefit disse que não compactua com atitudes de agressão e que o homem não faz mais parte do quadro de alunos da academia (veja a nota completa ao final da reportagem). Já a Polícia Militar afirmou que, "ao tomar conhecimento dos fatos, determinou a instauração de um procedimento administrativo para apurar as circunstâncias que envolveram o ocorrido, bem como adotou todas as providências cabíveis".
Nota da academia na íntegra
"A Bluefit não compactua com nenhuma atitude de agressão, repudiamos todo e qualquer tipo de violência. A equipe da unidade está prestando todo o suporte necessário à vítima. Além disso, o agressor não faz mais parte do quadro de alunos da academia."
Nota da PM na íntegra
"A propósito da solicitação de nota sobre a conduta de um policial militar em horário de folga, a Polícia Militar de Goiás informa o que segue: A PMGO informa que após tomar conhecimento dos fatos, determinou a instauração de um procedimento administrativo para fins de apurar as circunstâncias que envolveram o ocorrido, bem como adotou todas as providências cabíveis."