A Polícia Civil de Goiás instaurou um inquérito para investigar o deputado estadual Amauri Ribeiro (União Brasil) pelo suposto crime de racismo por homofobia. O procedimento policial vem após entidades LGBTQ+ representarem contra o parlamentar em razão de uma imagem publicada por ele no Instagram que associaria gays a algo nocivo.
A imagem em questão foi publicada no dia 4 de abril deste ano, nos stories de Ribeiro. Ela mostra um braço negro com um desenho de arco-íris (que simboliza a comunidade LGBTQ+), e uma outra mão, essa branca, segurando a primeira, com os dizeres “Na minha família não!”.
A reportagem entrou em contato às 18h30 desta quinta-feira (1) com a assessoria de Ribeiro, que prometeu se manifestar. Às 8h07 desta sexta (2), o deputado também foi contatado. A reportagem não conseguiu localizar a assessoria do União Brasil, partido de Amauri, sobre este caso.
Inquérito comum
Conforme apurado, entidades e associações ligadas à comunidade gay procuraram a Polícia Civil e denunciaram o deputado pela postagem que, segundo os representantes, tinha cunho homofóbico.
Ainda segundo apurado pela reportagem, uma vez que Ribeiro conta com foro parlamentar, a polícia acionou a Justiça de Goiás sobre a possibilidade do inquérito. No entanto, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) se manifestou pela incompetência do Tribunal de Justiça, já que o suposto ato de homofobia apontado na denúncia não tem relação com o cargo de Ribeiro na Assembleia Legislativa.
A Justiça, então, seguiu o parecer e autorizou o inquérito policial. “O deputado estadual Amauri Ribeiro teria feito publicação em sua rede social Instagram com conteúdo supostamente racista, ofendendo a comunidade LGBTQIA+. Destarte, não se verifica correlação entre a conduta atribuída ao referido autor dos fatos e o efetivo exercício de suas funções como parlamentar, o que justificaria a manutenção dos autos neste Tribunal”, argumentou o desembargador Amaral Wilson de Oliveira.
Sendo assim, o caso foi enviado de volta para a Polícia Civil, que investiga o deputado como cidadão comum.
A reportagem entrou em contato com o Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Geacri), que confirmou a instauração do inquérito, mas não quis dar mais detalhes.