*Atualizada em 30/08 às 09h11
Ao menos 100 policiais civis de Goiás estão nas ruas, na manhã desta terça-feira (30), em uma operação que visa cumprir 22 mandados de prisão contra suspeitos de integrarem um esquema do golpe do “novo número”, em que criminosos se passam por amigos ou parentes das vítimas para pedir transferências em dinheiro. Os mandados são cumpridos em Goiânia, Senador Canedo, Goianira e Bonfinópolis.
As investigações tiveram início ainda em 2021, quando a Polícia Civil de Goiás (PCGO) recebeu informações da polícia de São Paulo a respeito de uma mulher vítima do golpe. O suspeito do crime teria se passado pelo filho e entrado em contato com a mulher pelo Whatsapp.
Acreditando se tratar do familiar, que afirmava estar com um “número novo”, a mulher fez cinco transferências para o criminoso, totalizando R$ 115 mil.
No mesmo ano, a polícia goiana deflagrou a primeira fase da operação Mirum, que resultou na prisão de cinco suspeitos de serem beneficiários do golpe.
As investigações continuaram e, neste ano, mais duas vítimas foram identificadas, além de outros 24 suspeitos. Ao todo, 22 mandados de prisão foram decretados.
Durante a operação nesta manhã, um dos suspeitos foi preso, mas pelo crime de tráfico de drogas.
Conforme a PCGO, os investigados respondem por diversos estelionatos cuja pena chega a 5 anos para cada, associação criminosa com pena de 3 anos e, eventualmente, poderão responder por lavagem de capitais, cuja pena chega a 10 anos.
O esquema
Os membros do grupo criminoso, segundo a polícia, atuavam de maneira organizada e com funções específicas. Alguns deles atuavam como captadores de contas, enquanto outros "testavam" essas contas.
Um dos suspeitos ficava responsável por entrar em contato com a vítima se passando pelo filho ou outro familiar. Ele alegava ter trocado de número pedia e ajuda da pessoa para fazer alguns pagamentos.
A vítima, acreditando ser seu familiar, fazia as transferências. A primeira vítima identificada fez cinco transferências nos valores de R$ 37.500, R$ 22.998,75, R$ 38.998,75, R$ 8.998 e R$ 7.000, totalizando pouco mais de R$ 115 mil.
Quanto às outras duas vítimas, uma efetuou pouco mais de R$ 15 mil em transferências, enquanto a outra transferiu quase R$ 5 mil aos golpistas.
Em posse dos valores, outros integrantes do grupo tinham a missão de pulverizar e ocultar o dinheiro, distribuindo os valores para outros criminosos.