A Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema) instaurou investigação da prática de crimes ambientais na bacia do Rio Araguaia, nos municípios de Aruanã, Nova Crixás e São Miguel do Araguaia. As ações de fiscalização e investigação visam responsabilizar os infratores e diminuir os danos ambientais causados ao Rio Araguaia.
De acordo com o delegado Luziano Carvalho, a Operação Grito do Rio além de apurar a prática de crimes ambientais, pretende ser uma ação de conscientização junto aos produtores rurais.
Ninguém aqui é contra o progresso e a produção, mas temos de ser contra a destruição. O rio (Araguaia) está gritando, é preciso ouvir e conversar com a natureza. Se não nos mobilizarmos e conscientizarmos, o que vai acontecer em Goiás será seca e fogo. É muito triste o que está acontecendo. Temos de deixar o Cerrado em pé. Chega de destruição e desmatamento em áreas de preservação permanente”, declarou.
O delegado disse estar trabalhando em conjunto com equipes da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e da Polícia Federal, mas entende que o produtor rural precisa abraçar a causa.
“A sociedade como um todo precisa se envolver, principalmente o produtor rural para evitar que o Rio Araguaia seque nas próximas décadas. É inadmissível, ver nascentes tomadas por rebanho de gado e o seu entorno desmatado. É triste ver dezenas de pontos que são possíveis atravessar o Araguaia a pé”, disse Luziano.
Segundo a Polícia Civil, as investigações envolvem uma série de violações ambientais graves, incluindo desmatamento, instalação ilegal de drenos, destruição de nascentes e captação irregular de água do Rio Araguaia. Esses crimes impactam diretamente o ecossistema local e a disponibilidade hídrica.
“Constatamos que braços importantes do Rio Araguaia já estão secos. O Rio Crixás Mirim parou de correr, o Rio Crixás Sul está com um volume muito baixo de água. Está tendo captação no rio, mas não temos vazão suficiente que aguente tamanha retirada de água. Em um dos pontos identificamos captação de 6 mil litros de água por segundo”, contou o delegado.
Imagens registradas por drones da Dema mostram uma grande área desmatada na região, resultado das atividades investigadas pela Polícia Civil.