A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) confirmou, nesta terça-feira (24), que os dois corpos encontrados carbonizados dentro de um Siena pertencem a Renata e Gabriela Belchior, sogra e cunhada da cabeleireira Elizamar da Silva. O carro foi encontrado pela corporação no último dia 14 de janeiro, em Unaí, Minas Gerais, um dia após outro carro ligado à família também ter sido encontrado carbonizado próximo a Cristalina, no Entorno do DF.
A instituição informou, durante coletiva realizada na capital mineira, que foi necessário usar o método conhecido como identificação em trio, com amostras do DNA de Marcos Antônio Lopes de Oliveira, marido de Renata e pai de Gabriela.
Segundo a diretora do Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte, Naray Jesimar, só será possível ter uma ideia de como as duas mulheres foram mortas após a realização de exames de anatomopatologia e não há previsão de prazo para finalizar o trabalho.
"A anatomopatologia vai tentar identificar se essas pessoas estavam vivas e foram alvejadas ou se essas pessoas foram queimadas depois de mortas. Isso leva um tempinho um pouco maior para ser definido", afirmou.
Ao todo, 10 pessoas da mesma família desapareceram no Distrito Federal, 10 corpos foram encontrados e nove foram identificados até agora. Três suspeitos foram presos pelo crime e um quarto é procurado.
Outros corpos
Ainda nesta terça-feira (24), a Polícia Civil identificou mais dois corpos da família vítima de uma chacina no Distrito Federal. Os cadáveres encontrados são de Thiago Gabriel Belchior, marido da cabeleireira Elizamar Silva, e de Cláudia Regina Marques Oliveira, ex-esposa do pai de Thiago, que também foi morto.
Os corpos foram encontrados na madrugada desta terça, em uma cisterna, em Planaltina. Um terceiro cadáver estava no local e a polícia acredita que seja Ana Beatriz Marques de Oliveira, filha de Cláudia e Marcos Antônio. Três suspeitos foram presos pelo crime e um quarto é procurado.
As vítimas foram localizadas dentro de uma cisterna, com sinais de violência, a cerca de cinco quilômetros da casa abandonada onde Renata e Gabriela teriam sido mantidas em cativeiro antes de serem mortas.
Os presos
Até o momento, a polícia prendeu três pessoas que teriam participado dos assassinatos: Horácio Carlos Ferreira Barbosa, de 49 anos, Gideon Batista de Menezes, de 55, suspeitos de participarem diretamente das mortes, e Fabrício Silva Canhedo, de 34 anos, que teria vigiado o cativeiro em Planaltina em que duas vítimas ficaram.
Novo suspeito
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) está em busca de uma quarta pessoa suspeita de envolvimento na chacina que vitimou, confirmadas até agora, sete pessoas da mesma família. Trata-se de Carlomam dos Santos Nogueira, de 26 anos. Conforme a instituição, a suspeita é de que o homem seja autor de forma “imediata e material” no crime.
Segundo a 6ª DP, que investiga o caso, “evidências colhidas ao longo da investigação em curso apontam relação de Carlomam com outro envolvido”, assim como evidências de natureza técnica o vinculam ao cativeiro e carro de uma das vítimas.
O homem, que já tem passagens pela polícia, está foragido, e a PCDF pede ajuda da população para localizar o paradeiro dele.
Linhas de investigação
A polícia trabalha com duas linhas de investigação: uma delas diz que Thiago e Marcos encomendaram e arquitetaram os crimes, e outra que diz que os dois acabaram sendo vítimas de Gideon e Horácio, que tinham a intenção de matar toda a família e ficar com o dinheiro da venda de um imóvel, transação da qual a dupla tinha conhecimento.
Em entrevista, o delegado Ricardo Vianna, da 6º DP, declarou que a polícia “não pode embarcar, como se fosse verdade”, na versão de Horácio de que Thiago e Marcos participaram dos crimes.
Relembre o caso
A cabeleireira Elizamar Silva, de 39 anos, e três filhos pequenos sumiram na quinta-feira (12). No dia seguinte, o veículo dela foi encontrado com os quatro corpos queimados dentro, próximo a Cristalina, no Entorno do DF.
Elizamar desapareceu após sair para buscar o marido, Thiago Gabriel, de 30 anos, na casa da sogra, na região do Itapoã, no DF.
O sogro da cabeleireira, Marcos Antônio Lopes de Oliveira, de 54 anos, também estava sumido, mas o corpo dele foi encontrado enterrado com sinais de esquartejamento no terreno de um suposto cativeiro, em Planaltina. A identificação foi feita na quinta (19) pela Polícia Civil do DF.
No fim de semana do desaparecimento da cabeleireira, a polícia encontrou o carro de Marcos Antônio na região de Unaí (MG), divisa com o DF. Dentro havia mais dois corpos.