Os dois motoristas dos veículos envolvidos no acidente ocorrido na Avenida T-9, que matou duas pessoas no dia 7 de maio, foram indiciados por homicídio doloso qualificado por motivo fútil, no caso das mortes, e tentativa de homicídio qualificado com dolo eventual contra os outros ocupantes dos carros.
O delegado Thiago Damasceno concluiu a investigação e reiterou que a apuração confirmou que os jovens praticavam racha no dia do acidente. Os veículos podem ter chegado à velocidade de 180 km/h.
Relembre
O acidente ocorreu por volta das 5h do dia 7 de maio deste ano, após nove jovens saírem de uma boate localizada no Setor Marista. Eles se dividiram em dois carros, uma Hylux e uma BMW, e, segundo a Polícia Civil (PC), um radar da Avenida T-9 registrou os automóveis a 123 km/h.
Na caminhonete estavam:
- Eduardo Henrique de Souza Resende, como motorista;
- Anna Luíza de Almeida Sucupira, sentada no banco do passageiro ao lado do motorista;
- Wictor Fonseca Rodrigues, sentado no banco traseiro do lado direito;
- Marcella Sônia Gomes do Amaral, sentada no meio do banco traseiro;
- Mirella das Neves Silva, sentada no banco traseiro do lado esquerdo;
- Andressa Gonçalves da Silva, que inicialmente estava sentada no colo do Wictor, mas mudou para o colo da prima, Mirella.
Na BMW estavam:
- Arthur Yuri, como motorista;
- Rodrigo Minuci, como passageiro no banco de trás;
- Camila Fleury, como passageira no banco da frente.
O capotamento da caminhonete ocorreu a menos de 3 km de distância da boate em que os jovens estavam. A adolescente Marcella Sônia Gomes do Amaral, de 15 anos, que estava sentada no meio do banco traseiro, morreu no local e Wictor Fonseca Rodrigues foi socorrido e levado para o Hugo, mas não resistiu e morreu na terça-feira (10).
Outros indiciados
O delegado Thiago Damasceno acrescentou que a mãe do condutor da BMW responderá criminalmente por ceder o veículo a uma pessoa não habilitada. Em depoimento, ela disse que não sabia que o filho usava o carro dela, mas ficou confirmado que a mulher tinha conhecimento.
Entre as provas, imagens do circuito das câmeras do condomínio onde eles moram mostram a mulher como passageira do carro conduzido pelo filho. Além disso, o filho já possui registros de infrações no próprio local de residência por dirigir sem CNH.
A pessoa que cedeu documento para a adolescente entrar na boate no dia do acidente também será indiciada. Neste caso, apesar da negativa da dona do documento, a prática era de conhecimento de outras pessoas.
Por fim, o pai do motorista da caminhonete vai responder por tentar fraudar o local do acidente. De acordo com o delegado, o homem chegou ao local e pediu para os Bombeiros retirarem o nome do filho dele do registro da ocorrência. O fato foi negado e informado ao delegado do caso.
Investigação constatou racha
Entre os itens que constataram o racha, o delegado lista o consumo de bebidas alcoólicas, excesso de velocidade, pedido de redução da velocidade por parte dos passageiros da caminhonete. "Uma das passageiras disse que eles gritaram pedindo para que ele diminuísse a velocidade. Mas ele não atendeu. Apenas olhou para trás e sorriu. Isso demonstra claramente desprezo pelos pedidos que foram feitos pouco antes do acidente."
Foram ouvidas cerca de 20 pessoas, além de perícias e diligências. O delegado afirma que ficou provado o dolo eventual e deverá remeter o inquérito para a Justiça nos próximos dias. Ele não pediu a prisão dos jovens porque eles colaboraram com a investigação.