Geral

Policiais teriam ficado a poucos metros de Lázaro Barbosa

Depoimentos de policiais apontam que a prisão do proprietário rural Elmi Caetano Evangelista, de 73 anos, e de seu caseiro, Alain Reis de Santana, de 33, na tarde desta quinta-feira (24) se deu principalmente por causa da recusa do primeiro em permitir a entrada da força-tarefa em sua chácara.

A propriedade fica no distrito de Girassol, a quatro quilômetros da base das forças policiais de Goiás e do Distrito Federal que estão há 17 dias atrás de Lázaro.

Um soldado da Polícia Militar de Goiás disse na Central de Flagrantes de Águas Lindas que foi até a chácara em “uma missão para conscientizar” Emil da importância da permissão para que entrada das equipes de segurança no local. Quando a equipe estava no alto de uma colina, se aproximando da sede da propriedade, o depoente viu um vulto preto de um homem na janela da residência.

Quando os policiais chegaram na chácara, encontraram o caseiro na cerca de arame bem perto da sede, com uma camiseta branca, e o questionaram se havia mais alguém no local. Alain teria dito que estava sozinho. Já na Central de Flagrantes, Alain confessou que o homem visto na janela era realmente Lázaro e que quando o fugitivo viu a aproximação da viatura se escondeu no quarto, ficando no local até a saída dos policiais.

Ainda segundo o caseiro, em seguida, Lázaro fugiu em direção a um bambuzal, nos fundos da propriedade. Entretanto, neste momento, ele teria sido novamente flagrado por policiais que estavam em um helicóptero sobrevoando o local. Enquanto descia para um rio, ainda segundo depoimento de Alair, Lázaro teria visto policiais descendo a colina a pé.

O caseiro foi questionado novamente por policiais na chácara se o vulto no mato era Lázaro, mas voltou a negar. Segundo ele, por medo de supostas ameaças que o fugitivo teria feito contra ele e sua família. Mas após insistência dos policiais acabou admitindo. Entretanto, Lázaro conseguiu novamente escapar e se esconder.

Em nenhum momento do depoimento de Alair na Central de Flagrante ele fala de outras abordagens feitas pela força-tarefa em dias anteriores ao da prisão.

Recusa

Um outro policial militar, major da mesma equipe do soldado, contou na delegacia, em depoimento, que um sargento da PM lhe comunicou sobre a recusa de Elmi em deixar os policiais entrarem e que o chacareiro foi bastante ríspido, dizendo que a polícia “não sabia trabalhar” e, mesmo com uma nova insistência, não permitiu a entrada.

No dia seguinte, o depoente foi com sua equipe ao local e estranhou a primeira porteira trancada com cadeado. Resolveu então fazer uma incursão a pé pela propriedade e encontrou uma segunda porteira também trancada com cadeado. A 700 metros da casa, disse ter visto tanto o vulto na janela como um homem de camiseta branca do lado de fora, no caso, Alain.

Ao conversar com o caseiro, o major diz que o mesmo admitiu que o chefe conhecia Lázaro e tinha convívio com a família do mesmo, desde inclusive a morte do irmão de Lázaro, há mais de 10 anos. Na parede de galpão com ferramentas, o policial encontrou um nome escrito na parede, que segundo Alain, seria do tio de Lázaro. Foi quando o caseiro contou que o próprio fugitivo já havia trabalhado lá.

“O caseiro acrescentou que o proprietário da fazenda era muito próximo da família de Lázaro e que teria prestado auxílio aos familiares à época da morte do irmão dele”, escreveu o agente que tomou o depoimento do major na Central de Flagrantes, conforme documento ao qual a reportagem teve acesso.

Prisão na estrada

Um policial penal conta que recebeu ordens por volta de 17 horas do dia 24 para localizar Elmi e durante uma busca na zona rural de Girassol o encontraram em um veículo próximo à chácara dele.

Elmi não tinha obedeceu ao pedido para que parasse, mas não chegou a efetuar uma fuga longa, atendendo ao novo pedido dos policiais em seguida. Quando chegaram na chácara com Elmi, já encontraram o titular da Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO), Rodney Miranda, no interior da mesma.

Reprodução/Thalys Alcântara
Local onde o lençol foi encontrado pela polícia
Comentários
Os comentários publicados aqui não representam a opinião do jornal e são de total responsabilidade de seus autores.
ANUNCIE AQUI