Geral

Prefeitura de Goiânia começa obras com unidades modulares na Saúde

Wildes Barbosa
Ciams Pedro Ludovico passará por reforma e se tornará um centro de atendimento com especialidades médicas

A Prefeitura de Goiânia inicia nos próximos dias a construção da primeira unidade de saúde modular da capital. A ordem de serviço será assinada nesta quarta-feira (4), autorizando os trabalhos para a edificação com peças pré-moldadas. A expectativa da gestão municipal é de que o novo modelo, que será empregado em outras 13 unidades, proporcione maior agilidade para as obras, com promessa de qualidade e durabilidade das estruturas.

A ordem de serviço para as edificações da Unidade de Saúde da Família (USF) Carolina Parque será a primeira do programa municipal de investimentos “Goiânia Adiante”, anunciado em outubro pelo prefeito Rogério Cruz. Segundo a gestão municipal, mais de R$ 1,7 bilhão serão destinados para infraestrutura, Educação e Saúde. A maior quantia é para a infraestrutura, mais de R$ 1,4 bilhão. Deste montante, cerca de R$ 144,2 milhões são prometidos para a Saúde.

O secretário municipal de Saúde, Durval Pedroso, diz que chegou o momento de colocar em prática os projetos de reestruturação pensados nos dois primeiros anos de gestão. Conforme avalia o secretário, os desafios impostos pela pandemia da Covid-19 adiaram a necessidade generalizada de reparos e reconstruções de unidades. “Quando assumimos a gestão, tínhamos mais de 850 ordens de serviços abertas sem atendimento de manutenção”, informa Pedroso para dar dimensão ao quadro crítico.

Os investimentos na Saúde provenientes do “Goiânia Adiante” serão concentrados em 14 construções de unidades modulares, sendo que 12 devem ser iniciadas neste ano. Durval Pedroso diz que o modelo reúne materiais de resistência, conforto térmico e acústico. Apesar de destacar a rapidez possibilitada pela técnica de construção, o gestor afirma que as obras podem levar até 18 meses. “A intenção é que seja o mais ágil possível. Mas pelo tamanho da obra, ela pode levar até 18 meses”, afirma.

A decisão pelo modelo também observa as experiências de estados como Tocantins e Amapá, informa o secretário municipal. A contratação da empresa TCI Projetos e Construções, que irá construir as 14 unidades, se deu por adesão de ata. O custo médio é de R$ 4 milhões. “Hoje se você fizer um cálculo do ponto de vista de construção de alvenaria, é um valor adequado e mais vantajoso, tanto pela velocidade de construção, como pela durabilidade dos materiais e facilidade das manutenções”, diz.

Padrão

As novas unidades modulares serão construídas conforme recomendações estabelecidas pelo Ministério da Saúde, em modelo de Unidade de Saúde da Família (USF), com auditório, sala de vacina e consultórios odontológicos. As menores terão 740 metros quadrados (m²), com oito consultórios no total, e as maiores contarão com dez consultórios e área de 790 m².

O secretário Durval Pedroso explica que várias das unidades que serão substituídas por modulares funcionam em imóveis sem estrutura adequada. “As unidades de atenção primária próximas às comunidades surgiram de forma totalmente adaptada e isso foi se perpetuando. Temos aquelas com mais de uma década de forma improvisada”, diz.

As equipes das USFs serão compostas por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, cirurgiões dentistas, auxiliares de saúde bucal e agentes comunitários de saúde. No local, serão realizados consultas e procedimentos como curativos, vacinas e medicação. “Muitas destas casas adaptadas quando muito tem um consultório odontológico. Nas novas unidades há previsão de até três consultórios odontológicos”, exemplifica Durval Pedroso.

A Secretaria Municipal de Saúde calcula economia de mais de 700 mil ao ano com gastos com aluguel. Há ainda a promessa de alcance de um maior número de atendimentos.

Duas reformas serão retomadas 

Também nesta semana o Paço irá assinar as ordens de serviços para a retomada das reformas do Ciams Pedro Ludovico e do Jardim Guanabara. A obra do Pedro Ludovico foi iniciada em 2017 e enfrentou diversas paralisações, com quase nenhum avanço dos trabalhos. A do Jardim Guanabara foi iniciada em março de 2020 e está paralisada desde agosto daquele ano. Ambas serão retomadas nesta semana.

A nova gestão executou mudanças nos projetos dos locais. A do Pedro Ludovico será transformada em um centro de especialidades. Até o momento estão previstos atendimentos em cardiologia, oftalmologia, urologia, endocrinologia, dermatologia, neurologia e otorrinolaringologia. Há ainda a previsão de que o local receba equipamentos para realização de endoscopia e colonoscopia, o que seria a primeira estrutura própria do município, que atualmente depende de convênios. 

Já a unidade do Jardim Guanabara será transformada em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de porte 3, com ala pediátrica e adulta, o que deve propiciar maior volume de repasses por parte do Ministério da Saúde. A capacidade de atendimento aumentará de 4,5 mil pacientes por mês para 13,5 mil por mês.

O prazo para a execução de ambas as reformas será de 18 meses. “Previsão de entrega de até um ano e meio. Reforma é mais complicado, porque você encontra determinados desafios do ponto de vista estrutural que podem sair do planejamento”, explica o secretário Durval Pedroso. 

Reparos enfrentam obstáculos 

Também parte do pacote de investimentos, os trabalhos de manutenção preventiva e corretiva contratados por meio de licitação e iniciados em novembro do ano passado têm encontrado obstáculos. O secretário Durval Pedroso diz que diante do grande número de unidades com demandas, houve a necessidade de priorizar aquelas com maior fluxo de atendimentos e funcionamento 24 horas.

Após mais de um ano de processo de licitação, duas empresas foram contratadas para realizar os trabalhos considerados de menor porte. A chamada “oficina permanente” funciona 24 horas por dia, sete dias por semana. A promessa é de plantão permanente de pedreiro, pintor, serralheiro, encanador, eletricista, arquiteto, engenheiro, reparos em móveis e serviços semelhantes. O contrato é de um ano, mas pode ser prorrogado até chegar a cinco.

“A intenção é fazer a manutenção corretiva de várias unidades para aí sim iniciar a manutenção preventiva. Hoje não temos condições de fazer manutenção preventiva em praticamente nenhuma unidade, já que quase todas as unidades estão com condições inadequadas”, afirma o secretário Durval Pedroso.

Reformas
Além das unidades do Pedro Ludovico e Jardim Guanabara, outras quatro reformas de maior porte devem ser executadas nos próximos meses. As previsões são de reestruturação dos cais Campinas, Amendoeiras, Novo Horizonte e do Centro de Zoonoses. 

Comentários
Os comentários publicados aqui não representam a opinião do jornal e são de total responsabilidade de seus autores.
ANUNCIE AQUI