Nesta quarta-feira (6), a Prefeitura de Goiânia anunciou a instalação da árvore de Natal flutuante no lago do Parque Sullivan Silvestre, o popular Parque Vaca Brava. A estrutura, de 21 metros de altura, é um dos principais emblemas da capital durante os festejos de final do ano.
Outras 13 árvores natalinas de menor porte foram espalhadas por diversos pontos da cidade, assim como receberam decoração outros cinco locais, mas o túnel da Praça Tamandaré, outro ícone do Natal de Goiânia, ainda está em fase de montagem. A administração municipal diz que não há atrasos e garante que a inauguração oficial da decoração natalina ocorrerá na sexta (08).
O planejamento da decoração de Natal deste ano na capital ficou a cargo da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra), que dividiu com a Companhia Municipal de Urbanização Urbana (Comurg) a atribuição da montagem das estruturas. A esta última coube a responsabilidade de ornamentar 19 locais (veja quadro), contemplando não somente áreas centrais, mas também periféricas, como vem ocorrendo desde o início da atual gestão. O presidente da Comurg, Alisson Borges, lembra que “a descentralização da decoração de Natal é uma realidade em Goiânia desde 2021.”
Conforme a Secretaria de Comunicação (Secom) da Prefeitura de Goiânia, a decoração natalina não está atrasada. “Em 2023, a programação segue a tradição de fazer o lançamento sempre no início do mês de dezembro.” No ano passado, o prefeito Rogério Cruz inaugurou a ornamentação pública de Natal no dia 9 de dezembro; em 2021, no dia 2. “Na gestão anterior, em 2019, a iluminação natalina foi inaugurada no dia 5; em 2018, no dia 6; e em 2017, no dia 15”, detalha em nota a Secom.
Presidente da Associação Comercial e Industrial do Centro (Acic) de Goiânia, Antônio Alves Ferreira Filho lamenta que as vias da região não tenham entrado na lista dos locais contemplados com a ornamentação. “Nos reunimos com o prefeito Rogério Cruz e pedimos uma decoração, mesmo simples, no Centro. Antigamente, as Avenidas Araguaia e Goiás recebiam enfeites, mas agora, nada.” O presidente da Acic lembra que, embora a Prefeitura de Goiânia tenha anunciado o projeto de requalificação para o Centro, é preciso ações imediatas para melhorar os negócios. “Projetos grandes demandam tempo e recursos, o Centro não pode esperar mais. As pessoas consomem aqui.”
A Acic aguardava a instalação de adereços iluminados para movimentar as lojas que estarão atendendo também no período noturno até o Natal. A região sofre com a insegurança e o fechamento de estabelecimentos comerciais desde a pandemia da Covid-19. “Nós solicitamos um patrulhamento maior da Guarda Civil Metropolitana e já notamos a diferença, mas infelizmente não fomos atendidos na questão da decoração.” No Centro de Goiânia, pela programação da Comurg, somente o prédio histórico do Grande Hotel, na esquina da Rua 3 com a Avenida Goiás receberá iluminação especial na fachada.
Em Campinas, a principal avenida comercial, a 24 de Outubro, também não receberá decoração natalina pela programação da Prefeitura. No bairro mais antigo de Goiânia, o coreto e 12 árvores da Praça Joaquim Lúcio receberam cordões de mini lâmpadas de LED. Também foram ornamentadas a praça da Basílica Matriz de Campinas. Na região da Rua 44, a mais efervescente área de compras da capital, foi instalada uma árvore de 12 metros de altura nas proximidades da Estação Ferroviária.
Pelo segundo ano consecutivo, o Sindicato do Comércio Varejista no Estado de Goiás (Sindilojas) fará, a partir de segunda-feira (11) a Caravana SindiNatal para movimentar o comércio de rua. Serão cinco dias de movimentação de carretas iluminadas, com a presença do Papai e da Mamãe Noel, pelas principais vias comerciais de Campinas, do Centro, do Sudoeste, e de Aparecida de Goiânia. “Infelizmente não temos mais ruas e avenidas iluminadas. O comércio de rua precisa de revitalização, por isso decidimos fazer a caravana para reforçar o espírito natalino”, explica Cristiano Caixeta, presidente do Sindilojas.
Empresária de Campinas, Margareth Sarmento concorda. “A Prefeitura está deixando de atender os pontos comerciais e sempre alega que não tem recursos. Pagamos uma alíquota de IPTU mais cara e na hora de receber incentivos para vender mais, não conseguimos.” A empresária ressalta que “os shoppings têm as suas decorações, mas o comércio de rua, não. E foi o segmento que mais sofreu com a pandemia”. Para o presidente do Sindilojas, com o crescimento de Goiânia, o comércio descentralizou, mas lembra que o Centro sempre foi uma referência e, precisa, com urgência de uma atenção das autoridades para que sua falência não seja decretada. “Se isso ocorrer, vai respingar em Campinas.”