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Prefeitura estuda aplicativo para táxis em Goiânia

Wesley Costa
Cobrança é menor que a maioria dos serviços aplicativos do tipo: 5%

A Prefeitura de Goiânia, por meio da Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM), estuda a possibilidade de implantação de um aplicativo de transporte para solicitação de corridas de táxis. Diretores da pasta estiveram na capital fluminense para analisar o sistema Táxi-Rio, desenvolvido pela Empresa Municipal de Informática do Rio (IplanRio), já utilizado em mais de 60 cidades, oito delas fora do estado. Uma reunião entre representantes das duas administrações está prevista para os próximos dias.

Superintendente de Mobilidade da SMM, Marcos Villas Boas disse que é preciso modernizar o sistema controlado pelo Município para contrapor às empresas que oferecem transporte por aplicativo, serviços que, na opinião dele, não atendem bem a cidade. “Eles têm se revelado predatórios com o motorista e deixado descontentes os usuários. Se uma pessoa está em um bairro distante, em meio à escuridão, tem dificuldade para conseguir um transporte por aplicativo. Uma das empresas abriu para que o motorista escolha o passageiro, ou seja, ele pode não atender se considerar que a corrida não é lucrativa. Ficou um sistema seletivo.”

O superintendente ressalta que táxi é uma concessão municipal, que possui licença, seguro, capacitação. “Tem uma série de garantias para deixar o usuário mais seguro.” Este mês, o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) falou aos permissionários de táxi presentes na solenidade de assinatura da portaria que prorroga o prazo de licenciamento das permissões em Goiânia até o dia 31 de dezembro, sobre a intenção da administração municipal de implantar o sistema por aplicativo.

O funcionamento do Táxi-Rio foi verificado de perto em junho pelos diretores da SMM, Jean Damas (Transporte) e Rangel Coelho Guimarães (Planejamento). “É um sistema maduro, avançado, com muitos indicadores. Ele mostra quantas viagens e a quilometragem feitas pelo motorista, o valor do ticket médio, se teve ou não desconto, se o motorista teve algum tipo de infração, se foi suspenso do sistema, se fez o trajeto determinado pelo aplicativo”, elenca Jean Damas, que tenta, já para a próxima semana, uma reunião virtual entre representantes da SMM e do IplanRio para detalhamento do assunto.

O sistema fluminense tem sido compartilhado para outras cidades por meio de um acordo de cooperação técnica, sem gerar gastos para as prefeituras que fazem a adesão. Pouco mais de 60 municípios já utilizam a tecnologia e cidades do Pará, Maranhão, Paraíba e Pernambuco estão em fase de implantação. No Rio de Janeiro, já houve adesão de 98% dos taxistas, com ticket médio de corrida em torno de 17 reais. Segundo informações do aplicativo, a estrutura de segurança rigorosa possibilitou 21% de banimentos por infrações de uso.

Para o taxista a vantagem é que ele paga 5% da corrida, valor bem menor do que o cobrado por outros sistemas, em média 15%. “Neste momento estamos discutindo o que é melhor: se vale a pena fazer acordo com o IplanRio ou elaborar um sistema próprio”, explica o diretor de Transportes da SMM. Ele lembra que, a exemplo dos demais aplicativos, pelo Táxi-Rio o passageiro pode visualizar o veículo mais próximo, conferir o valor, consultar o histórico do motorista e avaliá-lo.

“Acredito que assinar um termo de cooperação com o IplanRio seja um bom caminho’’, afirma Jean Damas. Como usuário, ele percebeu no mês de abril que a demanda é grande pelo Táxi.Rio. “Nas ruas você quase não consegue mais pegar um táxi porque todos estão demandados para o aplicativo. Cresceu muito o uso pela sociedade e pelo taxista em razão da segurança e do acesso aos dados da viagem.” O diretor de Mobilidade da SMM enfatiza que há uma determinação do prefeito Rogério Cruz para estudar a melhor forma de implantar o sistema.

Em Goiânia, segundo dados da SMM, há cerca de 1.500 permissionários de táxi trabalhando regularmente. Número que pode crescer com o novo prazo de licenciamento, que vence no último dia do ano. Marcos Villas Boas relata que a demanda está aquecida em razão dos problemas apresentados pelos aplicativos privados de transporte individual. “Estamos buscando soluções. Sem modernidade, os taxistas não conseguem concorrer.”

Outros recursos

Jean Damas afirma que o IplanRio também desenvolveu o Valeu, um aplicativo de entregas, semelhante aos que existem no mercado. Em fase de implantação, ele segue as mesmas diretrizes do Táxi-Rio. “Em Goiânia temos pouco acesso às informações de quem trabalha, quem está no sistema. É uma área escura para nós. E o aplicativo funciona da mesma forma que o Táxi-Rio, poderia ser implantado aqui por meio de cooperação técnica. Beneficiaria muito quem trabalha com entregas porque a taxa a ser paga também é menor do que a cobrada pelas empresas privadas.”

Nas reuniões com os representantes do IplanRio, os diretores da SMM apresentaram a proposta para que seja desenvolvido um aplicativo semelhante ao Táxi-Rio para o serviço de mototáxi, muito popular em Goiânia. “Isso não existe em outra cidade e eles ficaram dispostos a fazer para nós em primeira mão. Hoje, de um modo geral, as pessoas têm medo de usar o serviço de mototáxi porque não sabem se o condutor é regular ou se o veículo tem condições de uso. Pelo aplicativo haverá todas essas informações, o que dá sobrevida à atividade e garantias a quem faz uso.”

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