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Primeiros colocados na UFG têm estratégias parecidas

Wildes Barbosa / O Popular
Gabriel Mota da Silva Lobo, 18, conquistou o 1º lugar no curso de Engenharia de Software com a nota 838,74

Estudantes que se destacaram e conquistaram a primeira vaga em seus respectivos cursos para ingresso pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu) 2023 na Universidade Federal de Goiás (UFG) apontam métodos de ensino em comum. Entre eles, a resolução de questões das provas anteriores do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). Essa foi a principal estratégia adotada pelos candidatos entrevistados pela reportagem selecionados dentre aqueles com as maiores notas.

Considerado a porta de entrada para 128 instituições de ensino públicas do País, sendo 63 universidades federais, o Sisu recebeu neste ano 52.443 inscrições para entrada na UFG, sendo que apenas 4.187 candidatos foram aprovados na primeira chamada, segundo o Instituto Verbena, o que representa cerca de 8% do total de inscritos.

A primeira colocação geral, considerando todas as notas, ficou com Isabela Amorim Souza Morais, 21, aprovada em 1º lugar no curso de Medicina do campus Colemar Natal e Silva, em Goiânia, com média de 843,36. A pontuação a permitiu ingressar em uma das 55 vagas de ampla concorrência do curso mais concorrido da UFG. Segundo ela, o método de estudo mais utilizado para chegar à aprovação foi resolver questões de provas antigas.

A estratégia é defendida por Iasmim Marinho da Silva, 21, aprovada em 1º no curso de Área Básica de Ingresso (ABI) - Matemática com 813,82 pontos. “Fiz todas as provas do Enem a partir de 2009, e sempre levava a sério entender totalmente uma questão que errei, e marcava ela para refazer depois. Eu provavelmente fiz inúmeras provas do Enem no total. Isso foi um fator decisivo para eu conseguir uma nota boa e me sentir confiante na hora da prova”, explica ela, que já fez o exame cinco vezes, sendo dois como candidata.

Para João Marcelo Araújo Dias, 18, 1º colocado para as vagas de ampla concorrência no curso de Direito matutino, depois de conquistar 820,49 pontos, as provas antigas foram um dos métodos mais importantes para a conquista da vaga. “Eu respondi tantas perguntas do Enem que eu só batia o olho e sabia a resposta, porque tinha questão que eu já tinha feito dez vezes”, brinca. Ele explica que imprimia todas as provas anteriores, entre as do Enem regular e Enem para Pessoas Privadas de Liberdade (Enem PPL).

Gabriel Mota da Silva Lobo, 18, conta que a estratégia foi a que deu certo com ele e a que realmente o ajudou no exame. Foi com o estudo voltado à resolução de questões de provas anteriores que o levou a ser aprovado em 1º lugar no curso de Engenharia de Software, o segundo com a maior nota de corte para ingresso na UFG em 2023, com 838,74 de nota final.

Por isso, focou no recurso enquanto estudava em casa à tarde, fora do turno do ensino médio. Para ele, resolver as provas anteriores serve para saber o conteúdo que geralmente cai no Enem, fundamental para dar foco às matérias mais relevantes. Foi assim que conseguiu ainda a 3ª melhor nota considerando o ranking global de aprovados da UFG.

OUTROS MÉTODOS

O estudo de provas antigas é bastante adotado pelos candidatos, mas não é o único. João Marcelo conta que outra metodologia que funcionou bem para ele foi assistir videoaulas e escrever resumos. “Eu acho que usei uns quatro cadernos de 12 matérias só para fazer resumo”, explica.

Considerada uma grande dificuldade pelos entrevistados, a redação também deve receber destaque durante os estudos. Isso porque a nota da redação representa um peso relevante na nota global do Enem. Por isso, João Marcelo adotou a estratégia de treinar semanalmente a produção de um texto com temas diversos. Foi assim que concluiu a redação com 960.

No cursinho, Isabela Amorim resolveu treinar mais a redação. Na nota do Enem 2022, que utilizou para ser aprovada em Medicina, tirou a média de 940 na redação. Ela aponta que focar nas aulas do cursinho voltadas à produção textual foi o que a permitiu ter mais segurança, vocabulário e repertório e obter nota alta.

Para além dos métodos de ensino, o estudante Gabriel Mota diz que uma das estratégias mais importantes é manter a calma durante a prova. Ele analisa que o emocional é fator determinante para o candidato ter ou não sucesso no exame.

Isso porque, além de toda a ansiedade que o período de escolha de um curso desperta, o Enem possui uma carga horária intensa, sendo realizado em dois domingos seguidos. No primeiro dia são 5h30 de prova, com matérias voltadas à ciências humanas e linguagens e códigos, além da redação. No segundo dia, a prova é de até 5h, com questões de ciências da natureza e matemática.

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