A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) alerta, mais uma vez, para a importância da vacinação contra a febre amarela. Na capital, aproximadamente 250 mil pessoas precisam ser imunizadas, mas destas, apenas cerca de 8,6 mil procuraram as unidades de saúde. Recentemente, foi confirmado que a morte de um jovem de 27 anos, ocorrida no dia 10 de abril, foi em decorrência da doença. Para evitar que mais casos de febre amarela e óbitos por causa dela ocorram, é essencial estar com o cartão de vacinação em dia.
Para isso, a SMS definiu 24 unidades estratégicas em todos os Distritos Sanitários do município, que funcionam de segunda à sexta-feira, das 8h às 18h. Além disso, o Cais de Campinas está atendendo com a sala de vacinas em horário especial, das 8h às 22h, para que as pessoas que não conseguem ir às unidades em horário comercial possam ser atendidas. O atendimento especial no Cais de Campinas vai até a quinta-feira (11), mas poderá ser estendido caso ainda haja necessidade. Algumas unidades também funcionarão aos sábados. Além disso, as doses podem ser encontradas em todas as outras salas de vacina da capital, de acordo com seus respectivos horários de funcionamento.
Goiânia está em área de risco para a febre amarela, pois, segundo o Ministério da Saúde, matas dos Estados das regiões Norte e Centro-Oeste, e de alguns Estados de outras regiões do país, são áreas onde a presença do vírus é mais comum. Por isso, é recomendada cobertura de 100% de pessoas imunizadas nessas áreas, desde que não tenham contraindicações. Pessoas acima de 5 anos que nunca tomaram nenhuma dose da vacina, ou que tomaram apenas uma há mais de dez anos, devem procurar as salas de vacina. Quem não tem cartão de vacinação e não tem certeza se já se imunizou ou de quantas doses recebeu, também deve procurar as unidades de saúde.
Riscos
Segundo a superintendente de Vigilância em Saúde da SMS, Flúvia Amorim, a presença do vírus representa um risco muito alto à população. “Nossa maior preocupação é porque foram encontrados vários macacos mortos com o vírus da febre amarela não só nas matas da capital, mas também no interior do Estado. Isso quer dizer que ele está circulando, e as pessoas que saem para locais com matas, onde tem macacos, por exemplo, estão correndo bastante risco, e também a doença pode se alastrar para áreas urbanas”, afirma.
A superintendente lembra que é de extrema importância que as pessoas estejam imunizadas, pois é a maneira mais eficaz de combater a doença. “Caso o mosquito transmissor pique uma pessoa não vacinada, ela pode desenvolver a doença, que é letal em 51% dos casos”, explica Flúvia. A febre amarela pode levar à morte, em média, em metade dos casos, mas dependendo da situação em que se encontra o paciente, o óbito pode ser iminente.
No Brasil, a febre amarela foi eliminada das áreas urbanas em 1942 e, desde então, podem ocorrer pequenos surtos, com intervalos de 5 a 7 anos, em pessoas que tem contato com áreas de mata e, consequentemente, com o vírus.
Doença
A febre amarela é uma doença febril aguda, que tem curta duração – no máximo de 12 dias –, e de gravidade variável. A doença é transmitida pela picada dos mosquitos transmissores Hemagogus, nas áreas silvestres, e Aedes aegypti nas áreas urbanas. Por isso, a atenção e eliminação dos focos do mosquito Aedes são ações que contribuem também no combate à febre amarela. Não existe transmissão de pessoa para pessoa e o aparecimento de casos em humanos é precedido pela morte de macacos, pois estes são os hospedeiros mais comuns do vírus.
O quadro clínico, na forma grave, é caracterizado por manifestações de insuficiência hepática e renal, que consequentemente podem levar à morte em aproximadamente uma semana. A febre amarela é de difícil diagnóstico, principalmente porque seus sintomas, no início, podem ser confundidos com a malária grave, dengue, zika, hepatites ou outras doenças virais.
É importante que, aos primeiros sintomas, a pessoa procure uma unidade de saúde para receber atendimento e diagnóstico adequados, e permaneça cumprindo as indicações médicas, como repouso e reposição de líquidos. Não existe um tratamento específico para a doença, sendo este apenas sintomático.