O promotor de Justiça de São Paulo, Carlos Bruno Gaya da Costa, afirmou que as imagens e os atestados apresentados pela atriz e ex-modelo Luiza Brunet, 54, confirmam que ela foi agredida pelo ex-companheiro Lírio Albino Parisotto, 62, com quem estava junto havia cinco anos.
"O laudo do IML [Instituto Médico Legal] foi realizado se valendo dos exames de imagens que ela apresentou bem como os atestados médicos pelos quais ela havia passado quando buscou tratamento", disse Costa em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo.
Questionado se havia visto o material e se isso provava que Luiza havia sido agredida pelo ex-companheiro, o promotor disse que sim. Luiza apresentou queixa ao Grupo de Atuação Especial de Enfrentamento à Violência Doméstica (GEVID), da Promotoria de São Paulo.
O programa também divulgou com exclusividade uma foto da atriz com um hematoma em um dos olhos que, segundo ela, teria sido consequência de um soco dado pelo ex-companheiro. A imagem está inserida no processo que a atriz move contra o empresário em São Paulo.
Luiza Brunet, que é embaixadora de uma campanha contra a violência contra mulher, diz que o caso aconteceu no dia 21 de maio, em um apartamento em que estavam em Nova York (EUA), quando Parisotto deu um soco no olho dela, além de chutes. Depois, ele a derrubou do sofá e a imobilizou até quebrar quatro costelas dela.
Segundo o relato da própria atriz feito ao jornal "O Globo", para conseguir escapar, ela ameaçou gritar pelo concierge. Luiza, então, se trancou no quarto até garantir que o companheiro não estava mais no local. Ficou lá até o dia seguinte, foi direto para o aeroporto e voltou ao Brasil.
No dia 25 de maio, Luiza publicou uma foto em seu Instagram com a legenda: "A maquiagem forte esconde o hematoma da alma". Duas semanas depois ela postou uma nova foto, desta vez o de uma mulher com hematomas no rosto, com a legenda: "Esta é a clássica foto sofrida por muitas mulheres no Brasil. Não tenha medo de fazer denúncia 180", em referência ao telefone do serviço de atendimento à mulher do governo federal.
"Fui vítima de grave agressão, tive medo de denunciar, tive vergonha. Foi o apoio de minha família, amigos e a ajuda de profissionais que me trouxeram a coragem necessária para levar adiante a denúncia de agressão. Muito tem sido dito a meu respeito, é triste ver pessoas buscando uma ação minha para justificar a agressão. Nada justifica uma agressão. Infelizmente ainda vivemos a cultura de que a vítima é culpada de alguma forma. Só quem vive isso sabe do pavor e dos sentimentos conflitantes que tomam conta da gente", disse a atriz disse, em nota, ao Fantástico.
Os advogados do empresário disseram ao programa que Lírio Albino Parisotto está em viagem internacional e que ainda não foi intimado pela Justiça ou pelo Ministério Público. A defesa disse ainda que o empresário tem todo o interesse no esclarecimento dos fatos e confia na atuação do Poder Judiciário. E que vai se manifestar das acusações assim que for concedido à defesa acesso aos autos.
Parisotto está impedido de se aproximar de Luiza e de manter contato com ela por qualquer meio, segundo a assessoria do Ministério Público de São Paulo.
A íntegra da nota de Luiza Brunet:
"Nos últimos dois dias venho recebendo o carinho de meus familiares, amigos e de toda sociedade brasileira. Isso é o que me dá forças para seguir na luta pelo fim da violência contra as mulheres. Mantive união estável com um homem que eu acreditava que cuidaria de mim. Me enganei.
Fui vítima de grave agressão, tive medo de denunciar, tive vergonha. Foi o apoio de minha família, amigos e a ajuda de profissionais que me trouxeram a coragem necessária para levar adiante a denúncia de agressão.
Muito tem sido dito a meu respeito, é triste ver pessoas buscando uma ação minha para justificar a agressão. Nada justifica uma agressão. Infelizmente ainda vivemos a cultura de que a vítima é culpada de alguma forma. Só quem vive isso sabe do pavor e dos sentimentos conflitantes que tomam conta da gente.
Os fatos estão resumidos na nota divulgada pelo jornalista Ancelmo Gois. Tenho minha consciência tranquila, nada fiz de errado. Fui vítima, como milhares de mulheres são diariamente em nosso país. Reafirmo a minha confiança na Justiça brasileira e no trabalho brilhante feito pelo Ministério Público, através do Gevid (Grupo de Enfrentamento a Violência Doméstica).
Agora vou continuar cuidando das marcas psicológicas que ficaram em mim, essas são as mais difíceis de curar.
Agradeço o apoio de todos."