Atualizada às 14h52min
A jovem de 18 anos que estava na caminhonete que capotou durante um racha na avenida T-9, em Goiânia, passou por uma cirurgia na coluna para tratamento de uma fratura, manhã desta segunda-feira (16), no Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo).
Segundo boletim médico, o procedimento ocorreu sem intercorrências e a paciente está em recuperação pós-anestésica, consciente e com respiração espontânea. Ela deve retornar ao leito de enfermaria nesta segunda.
Anna Luiza de Almeida Sucupira está internada há 9 dias no Hugo, desde a data do acidente, em 7 de maio. Ela estava no banco da frente da Hilux, ao lado do motorista, e é a única entre os passageiros da caminhonete ainda internada em hospital.
Investigação
O delegado Thiago Damasceno, titular da Delegacia de Investigação de Crimes de Trânsito (Dict), informou que Anna Luiza será ouvida pela investigação após alta médica. Os demais passageiros e o motorista prestaram depoimento na última semana. Outras testemunhas relacionadas ao acidente ainda devem ser ouvidas.
O delegado aguarda o resultado dos laudos da Polícia Técnico-Científica e do Instituto Médico Legal (IML) para o desenvolvimento da investigação. Além de Anna Luiza, que espera por cirurgia na coluna, dos outros cinco passageiros da Hilux, duas pessoas morreram e três tiveram ferimentos leves.
Marcella Sônia Gomes do Amaral, de 15 anos, faleceu no local do acidente, e Wictor Fonseca Rodrigues, de 20, morreu na terça-feira (10), no Hugo. Mirella das Neves Silva, de 21 anos, e Andressa Gonçalves da Silva, de 23 anos, que são primas, não tiveram ferimentos graves.
O motorista da Hilux, Eduardo Henrique de Souza Resende, de 22 anos, chegou a dar entrada em um hospital, mas fugiu em seguida, segundo a Polícia Civil. Ele se apresentou para prestar depoimento na quinta-feira (12) junto com o Arthur Yuri, condutor do outro veículo que disputava racha com a caminhonete.
Entenda o caso
A acidente aconteceu por volta de 5h20 da manhã do dia 7 de maio, um sábado. Os seis jovens saíram de uma boate no Setor Marista, ondem estavam desde às 2h. A jovem de 15 anos que morreu teria entrado na boate com a identidade de uma amiga de 20 anos, segundo depoimento de uma das testemunhas à polícia.
Outras três pessoas, que estavam junto com o grupo na boate, saíram do local em uma BMW branca, conduzida por Arthur Yuri, de 18 anos. Segundo a Polícia Civil, ele não tem Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Ao chegar na avenida T-9, no Jardim América, os dois motoristas resolveram disputar um racha, segundo a polícia civil, quando a Hilux invadiu o canteiro central, capotou na pista e atingiu dois estabelecimentos comerciais. De acordo com a Dict, os motoristas estavam a 123 km/h no momento do capotamento.
Defesa nega racha
Em nota enviada, a defesa dos condutores informou que “não houve racha ou qualquer outra disputa envolvendo os condutores” e que “a narrativa de que os jovens participavam de um racha foi criada tão somente pelo fato dos dois carros por eles conduzidos estarem trafegando em velocidade inadequada.”
Também foi comunicado pela defesa que “em relação ao acidente, cumpre esclarecer que o condutor da caminhonete (Eduardo Henrique), perdeu o controle do veículo em razão das deformidades no asfalto” e que a investigação trará comprovações acerca disso.
Além disso, eles destacaram que os dois condutores sempre estiveram à disposição para contribuir com as investigações. Os advogados Benedito Torres e Felipe Carrijo disseram ainda que “repudiam veementemente as inverdades e ataques desmedidos que buscam condenar de forma precipitada os jovens apontados indistintamente como responsáveis pelo horrível acidente ocorrido no último fim de semana.”
Eles reforçaram que “Arthur Yuri e Eduardo Henrique, bem como suas famílias, encontram-se abalados com o acidente e lamentam imensamente pelas vidas que se foram precocemente.