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Reconhecimento facial chega às escolas municipais de Goiânia

Laís Borges
Tecnologia na educação: estudante da rede municipal testa o equipamento de reconhecimento facial

O ano letivo de 2022 em Goiânia começará com reconhecimento facial nas escolas municipais. Até lá, algumas unidades recebem os equipamentos para testes e início de registros de estudantes. Com isso, não será necessário que as professores realizem a chamada no começo das aulas.

A novidade, que já é adotada por outras escolas públicas e particulares no estado, pretende economizar dinheiro público. Pelo menos é o que acredita o secretário municipal de educação da capital, Wellington Bessa, que diz que a mudança vai facilitar o controle tanto de frequência, quanto de gastos e planejamento nas unidades.

O titular da Secretaria Municipal de Educação (SME) detalha que tanto o sistema quanto os equipamentos foram adquiridos pela prefeitura por R$ 9.379.305,00 e que agora começa o processo de transferência de tecnologia, que pode demorar, mas que será importante.

“Hoje temos um sistema para matrícula, outro para prestação de contas, outro para modulação de professores, que é a organização de cada um com sua carga horária. Com essa mudança, tudo poderá ser gerido pelo mesmo sistema.”

Ele diz que o software é moderno e vai permitir, por exemplo, que os pais dos estudantes do ensino fundamental, que porventura não conseguem acompanhar seus filhos na ida ou na volta da escola, acessar as informações sobre horário da entrada e da saída por meio do registro feito com o reconhecimento facial.

Bessa explica que os pais receberão uma mensagem via SMS com os detalhes diários. Além disso, poderão baixar o aplicativo e ter acesso aos dados escolares do aluno, como resumo da frequência, evolução, notas, aproveitamento e recados do professor, que antes eram anotados em agendas.

Crianças que estão matriculadas em Cmeis também serão cadastradas, assim como as pessoas que as levam e buscam. Cada criança poderá ter até cinco pessoas cadastradas. O secretário de educação explica que a motivação é ter segurança para as famílias, que também serão notificadas via SMS sobre horário de entrada e saída.

“Só poderá sair da unidade com a criança quem estiver com cadastro de reconhecimento facial. Outro aspecto importante é que atende pais divorciados, que não têm convívio diário e que desejam ter acesso a estas informações, por exemplo. Os dois podem ser comunicados.”

Wellington Bessa diz que as professoras e diretoras da unidade já possuem contato direto com esses familiares, mas ter a confirmação facial e a notificação para os pais deixa a relação mais segura. Os pais também poderão receber o cardápio do dia e notificar alguma intolerância alimentar.

Outro módulo do sistema vai permitir que os pais e responsáveis de estudantes da área rural e que utilizam o transporte escolar também recebam notificação de entrada e saída do veículo, além de poder acompanhar o trajeto em tempo real.

O monitoramento só vai ocorrer em veículos do Município e também poderá ser acompanhado pelo aplicativo do Conecta Educação. O município já iniciou a instalação dos equipamentos, que já estão em cerca de 30 unidades. Até o final do ano, a expectativa é de que as 374 escolas e Cmeis de Goiânia já tenham os leitores. Unidades menores devem receber um equipamento e as maiores, até três.

Economia

Wellington Bessa detalha que o sistema já passa por ajustes para migração de todas as informações da pasta para o sistema único. Ele diz que uma das formas de economia é na cozinha da escola. “Com o registro de alunos presentes naquele dia, o responsável pela alimentação será informado e poderá preparar a comida suficiente para aquele total de pessoas, sem desperdício.”

Outra forma é o planejamento para gestão das aulas dos professores. “São 9 mil professores e, com o sistema integrado, vai ficar bem mais difícil haver falhas. Também teremos como fazer a prestação de contas das unidades e comparar gastos entre as escolas.”

 

Rede estadual utiliza sistema

Desde agosto, os alunos e servidores das unidades escolares da rede pública estadual da região do Entorno do Distrito Federal também têm a frequência registrada por meio de reconhecimento facial. A Secretaria Estadual de Educação (Seduc) informou que o sistema está sendo implantado também nas 40 Coordenações Regionais e na sede Centralizada da Seduc.

As demais unidades da pasta devem ter início do uso desta tecnologia a partir de janeiro de 2022. No caso dos servidores, o sistema substitui a folha de ponto e o ponto eletrônico. Para os alunos, funciona como registro de frequência. Há seis anos, uma escola de Anápolis também havia iniciado o registro com um sistema parecido. 

O secretário municipal de educação de Goiânia, Wellington Bessa, defende o modelo e acredita que será a adaptação será rápida. Ele ressalta, ainda, que, além deste investimento, deverá realizar reformas das unidades a partir do ano que vem, assim como modificar a parte pedagógica.

Ele destaca que serão necessárias mudanças para que os estudantes possam recuperar o que, porventura, possam ter perdido durante os meses de pandemia e o afastamento das aulas presenciais. Ele diz que as propostas estão sendo finalizadas para serem adotadas a partir de janeiro. As aulas na rede municipal começam dia 19 de janeiro.

Bessa diz que está entusiasmado e esperançoso com o próximo ano e que todas as mudanças vêm sendo pensadas para que as aulas em 2022 tenham sabor diferente para os estudantes se sentirem acolhidos e apoiados. 

Ele cita que questões burocráticas também poderão ser resolvidas virtualmente e isso vai permitir que os gestores das unidades estejam mais tempo na escola para atender os alunos. “Fazer pedido, solicitar reparo, entre outras questões burocráticas serão feitas mais rapidamente”, diz Wellington Bessa. 

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