O comando da operação que faz buscas ao homem apontado como autor de uma série de crimes no Distrito Federal e em Goiás fez uma reestruturação em todo o trabalho visa a encontrar o foragido. A sede de referência dos trabalhos foi transferida de local e a divisão das atribuições dos militares foi refeita para localizar Lázaro Barbosa de Souza, de 32 anos. Hoje é o nono dia da tentativa de encontrá-lo.
O chamado “QG” foi transferido do Distrito de Edilândia para Girassol, ambos no município de Cocalzinho de Goiás. O motivo da mudança, explicou o secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, foi a melhor qualidade da internet. Com mais de 200 agentes empenhados na força-tarefa, o serviço de inteligência precisa ter condições adequadas de trabalho.
O Exército forneceu rádios que permitem melhor comunicação na área rural. Também foi instalada uma rede de internet no ponto de apoio principal em Girassol.
Além da mudança de local da sede da força-tarefa, também houve a redistribuição das tarefas entre as diferentes divisões da Segurança Pública em ação.
Na manhã desta quarta-feira (16), a reportagem acompanhou as instruções sendo repassadas aos policiais. A PM2 foi orientada a produzir material de inteligência e proibida de realizar incursões. Na última terça-feira (15), durante a troca de tiros com Lázaro, que deixou um homem da PM2 ferido, havia vários segmentos diferentes. Três pessoas que eram mantidas reféns pelo procurado em um riacho. Todas elas eram da mesma família e foram liberadas sem ferimentos.
Durante as ordens, um dos comandantes orientou: “ele (Lázaro) caminha nos cursos d’água”. A concentração de tantos agentes chamou a atenção de curiosos, alguns deles, de longe, filmavam o que acontecia por meio de celulares.
Em Girassol, lugar da nova base da força-tarefa, as decolagens e aterrissagens de helicópteros foram constantes às margens da BR-070.
Apareceu
Informações que chegaram à força-tarefa descreveram uma aparição de Lázaro na manhã desta quarta-feira. Ele foi avistado, mas quem o identificou não chegou a interagir com o mesmo. A descrição da testemunha bateu com as características do procurado, conforme informações oficiais.
Outro lugar onde as investigações apontam que Lázaro esteve é uma chácara desabitada em Girassol. A residência do local foi arrombada e acredita-se que ele tenha passado a noite de terça-feira para esta quarta-feira lá.
Uma camisa suja de sangue foi encontrada em uma chácara no mesmo distrito, entretanto, a reportagem não conseguiu confirmar se a vestimenta estava no mesmo imóvel onde Lázaro deve ter passado a noite.
Em entrevista coletiva nesta quarta-feira, Rodney Miranda disse existir um “roteiro para a operação”. Ele afirmou que o objetivo principal é proteger as pessoas. “Não estamos deixando a ansiedade tomar conta da gente”, enfatizou o secretário. Apesar disso, perguntado sobre em qual fase deste planejamento a operação estaria respondeu: “não tem uma fase ou outra”.
O secretário, contudo, ressaltou que faz parte do trabalho, além de proteger os residentes locais, conter Lázaro em um determinado perímetro e proteger também os policiais.
O trabalho dos agentes de segurança pública foi motivo de polêmica nesta quarta-feira entre os governadores de Goiás e do Distrito Federal (DF). O chefe do Executivo do DF, Ibaneis Rocha (MDB) afirmou que o fugitivo estaria “fazendo as polícias do DF e de Goiás quase bobas”. Ronaldo Caido (DEM) rebateu no Twitter “Que Ibaneis não se atreva a desrespeitar policiais goianos, os melhores do País, novamente.” Caiado também se solidarizou com os agentes do DF.
O secretário Rodney Miranda também foi questionado sobre a fala de Ibaneis. “Eu não vou comentar comentário de gente que não está sofrendo aqui com a gente”, disse.
