Após 51 meses, a revitalização da Praça do Trabalhador será finalmente entregue pela Prefeitura de Goiânia, em um prazo que é 10 vezes mais que os 5 meses previstos para a obra em junho de 2019, quando houve promessa de entrega em novembro daquele mesmo ano.
Neste período, a reforma teve mudanças no projeto, abandono da empresa vencedora da licitação, e contratação da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) para terminar o serviço em três meses, que demoraram um ano a mais que o previsto. A entrega coincide com um apaziguamento entre feirantes que atuam no local e o Paço, especialmente com a Feira Hippie.
No final do ano passado, a Comurg havia prometido entregar a revitalização, o que não ocorreu. Desde fevereiro, a companhia anuncia que a sua parte, das obras físicas, já foi encerrada, mas que não havia a inauguração porque faltava a construção das duas subestações de energia para alimentar o espaço. Este trabalho só foi finalizado na última semana e será utilizado a partir desta terça-feira (26).
Assim mesmo, houve um aditivo de 90 dias no contrato da Comurg com a Secretaria Municipal de Planejamento e Habitação (Seplanh) no final de agosto. O acordo seria para uma garantia jurídica, visto que as obras não foram entregues, e o prazo será usado para os ajustes finais de medições.
Com a entrega da Praça do Trabalhador, feirantes e visitantes terão acesso a banheiros de alvenaria pela primeira vez, já que antes eram utilizados equipamentos químicos durante os eventos. Além disso, a Associação da Feira Hippie vai poder se mudar para sua nova sede, localizada dentro da praça, assim como a Rádio Hippie.
A reforma também solucionou problemas de drenagem no local, que recebia inundações e enchentes em dias de chuvas fortes, e trouxe iluminação moderna, com a distribuição de energia com cabeamento subterrâneo, sem a necessidade de fios de energia soltos entre as bancas.
Presidente da associação, Waldivino da Silva afirma que a entrega da Praça do Trabalhador é um motivo de festa para os feirantes, especialmente pela possibilidade de uso dos banheiros e da segurança com a nova subestação de energia. Na última semana, porém, feirantes da Feira Hippie protestaram contra a Prefeitura de Goiânia em razão da administração propor um sorteio entre eles para definir a localização de cada banca, o que não foi aceito por quem já atua no local.
Os trabalhadores apostam na localização como um diferencial e um método fácil de ser encontrado por clientes, assim, uma mudança seria prejudicial aos negócios, pois um comprador poderia não encontrá-los mais.
Liberação às sextas
Após os protestos, a Prefeitura anunciou que não faria mais o sorteio entre os feirantes que já estão estabelecidos no local e o método só seria feito para quem ainda não atua ou não tem local definido, ou seja, com as vagas remanescentes. A previsão da associação é que isso ocorra com cerca de 500 trabalhadores.
A relação entre os feirantes e o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) é de aproximação desde a decisão sobre o sorteio e com a entrega da revitalização da Praça do Trabalhador. No final de semana, Rogério esteve na Feira Hippie e, além de falar da entrega do espaço, anunciou a liberação da feira para ocorrer às sextas-feiras a partir do dia 6 de outubro até o final do ano.
Waldivino diz que funcionar às sextas é a salvação da Feira Hippie e o anúncio é uma segurança para os feirantes para o restante do ano. No entanto, ele aguarda que as demais mudanças, em razão da finalização da revitalização da Praça do Trabalhador, fique para o próximo ano. O projeto do Paço é fazer a padronização das bancas, tanto em tamanho, que será de 2 metros por 1,75 metro, quanto por cor, que ainda não está definida. O presidente diz que ainda vai debater com a Prefeitura quem vai arcar com os custos das novas bancas e se haverá linha de crédito para os feirantes.
Outra questão é com relação ao cadastro dos feirantes, que foi iniciado pelo Paço em meados deste mês e com data para ser encerrado em 12 de outubro. Segundo a Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Economia Criativa (Sedec), 176 feirantes registraram seu interesse em permanecer exercendo sua atividade econômica na Feira Hippie até esta segunda-feira (25). Waldivino explica que os trabalhadores estão esperando a Prefeitura atualizar o edital, com a mudança do Anexo II, que trata especialmente do sorteio dos lugares na feira, para então fazer o cadastro. Ele entende que será necessária a extensão do prazo dado.
Segundo a Sedec, a fiscalização na feira será intensificada para garantir que apenas os feirantes autorizados permaneçam trabalhando na Feira Hippie. Sobre a padronização das bancas, a pasta afirma que o decreto 2835/2014 determina que a responsabilidade financeira é do feirante. Já sobre o uso da praça em dias sem as feiras, a Sedec informa que ainda estuda as atividades que serão mais adequadas ao espaço.