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Secult credencia artistas que vão pintar viaduto na T-63, em Goiânia

Wesley Costa
Viaduto da T-63: intervenção artística deve começar na primeira quinzena de novembro, após quatro meses de incêndio

As pinturas artísticas tomarão conta das estruturas do Viaduto João Alves de Queiroz, no cruzamento das avenidas T-63, 85 e S-1, entre os setores Bueno e Bela Vista, até o final deste ano. A Secretaria Municipal de Cultura (Secult) abriu nesta semana um edital de credenciamento de 50 artistas especialistas em arte urbana, como o grafite, para a exposição no espaço. Anteriormente, a previsão era que o início da pintura do viaduto ocorresse no dia 27 de setembro, mas foi necessário adiar por um pedido dos próprios artistas e da Secult.

No começo deste mês, o DAQUI publicou reportagem em que mostrou o pedido para a Seinfra de novos reparos na estrutura de concreto do viaduto que possibilitassem a pintura. De acordo com o secretário da Secult, Zander Fábio, essa reforma consistia em deixar o local mais liso e limpo, para que possibilitasse uma melhor visualização do espaço para os artistas. Ele afirma que a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) já fez o serviço na parte superior do viaduto e nas colunas. 

Fábio explica que o credenciamento dos artistas, nesta primeira etapa, será para contratar os artistas que farão a intervenção, que faz parte do Projeto Arte Urbana da Prefeitura, para esta parte superior do Viaduto João Alves de Queiroz. O credenciamento se encerra no próximo dia 1º de novembro e a expectativa da Secult é que a comissão julgadora das propostas avaliem as mesmas em até 10 dias, quando começará a realização das pinturas nos locais. A previsão é que esta parte superior seja finalizada até o final de novembro. 

O secretário explica que no credenciamento os artistas devem propor qual o tamanho da pintura que desejam realizar, em qual local (em uma coluna, parapeito ou estrutura da pista), e o preço cobrado pelo metro quadrado (m²). Segundo Zander Fábio, o projeto da Secult paga um cachê para os artistas e que o valor varia de acordo com o tamanho e o tipo de intervenção, como a necessidade de usar um andaime, por exemplo. 
Ele afirma que normalmente o valor pago por artista varia entre R$ 200 e R$ 300, com base nos outros espaços públicos que já fizeram parte do projeto, como no Complexo Viário da Avenida Jamel Cecílio.

A comissão julgadora da Secult é quem vai fazer o trabalho de análise e composição das artes dentro do espaço existente, de modo a verificar quais as opções e como ficará a junção das artes, tanto em relação aos espaços como aos temas e tipos de arte que serão utilizadas. No caso da parte superior do Viaduto João Alves de Queiroz, a previsão é que o espaço seja preenchido por 50 artistas. “Se tiverem mais credenciamentos, nós podemos conversar com os artistas e ver se é possível ter espaço para todos, mas acreditamos que para aquele espaço é possível, sim, porque é muito grande ali, vai ser o maior que tivemos até agora”, diz Zander Fábio. 

PARTE INFERIOR

O secretário afirma ainda que na parte inferior o número de credenciamentos vai ser maior, já que o espaço será mais amplo para o preenchimento com as intervenções. A previsão é que este novo credenciamento seja iniciado por volta do dia 15 de novembro, com a finalização deste a ser realizado pela parte superior. Neste período, o secretário da Secult afirma que serão realizados os reparos necessários na parte inferior para a limpeza da estrutura. Segundo a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra), a reforma no Viaduto João Alves de Queiroz está em fase de estudos e orçamentos. “Logo após serão solicitados recursos à Secretaria de Finanças (Sefin) para a execução dos serviços necessários.”

A intenção da Secult é que as intervenções artísticas na parte inferior sejam finalizadas até o final de dezembro. Zander Fábio explica que as pinturas serão realizadas durante as noites e as madrugadas, o que diminui o problema do bloqueio do tráfego no local do viaduto. O secretário diz que é necessário retirar a passagem dos carros no local justamente para a segurança dos artistas no local, além da necessidade de instalação de andaimes para conseguir fazer as pinturas na parte superior do viaduto. “Mas será tudo avisado antecipadamente, e longe dos horários de pico”, garante.

INCÊNDIO

O Viaduto João Alves de Queiroz, no cruzamento das avenidas T-63, 85 e S-1, foi alvo de um incêndio criminoso no dia 15 de julho deste ano que danificou as placas metálicas que revestiam a estrutura do local. Por isso, a Prefeitura de Goiânia optou pela retirada das placas, o que já vinha sendo aconselhado anteriormente pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea-GO). Além disso, foi necessário um estudo de engenharia para verificar a situação da obra. A pista do elevado, que permite a passagem do tráfego da Avenida T-63, chegou a ficar bloqueada até o dia 22 de agosto para que se garantisse a segurança dos motoristas. No lugar das placas, a opção foi a intervenção artística, dentro do Projeto Arte Urbana, da Prefeitura de Goiânia.

O incêndio ocorreu depois que um morador da região colocou fogo em um papelão para iluminar o vão formado entre o parapeito e as placas metálicas para procurar um cachimbo utilizado para fumar crack. O responsável chegou a ser detido pela Polícia Civil no dia seguinte. Ele confessou ter cometido o crime, mas sem ter a intenção de fazer o incêndio. O homem foi liberado dois dias depois, em audiência de custódia.

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