A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (26) a Operação Eficiência, a segunda fase da Lava Jato no Rio de Janeiro.
Um dos principais alvos é o empresário Eike Batista. Foi emitido contra ele um mandado de prisão preventiva, ou seja, sem data para terminar.
Porém, o pedido ainda não foi cumprido porque Eike não está em casa. Segundo seu advogado, Flávio Martins, falou à "GloboNews", ele está fora do país, mas deve se entregar quando retornar.
A PF está na residência do empresário, no Rio, onde também cumpre mandado de busca e apreensão. Ele foi citado na Operação Calicute - primeira etapa da Lava Jato no Rio, que prendeu o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ) - por ter repassado R$ 1 milhão ao escritório de advocacia de Adriana Ancelmo, sua mulher.
O valor teria sido usado para lavar propina, segundo o Ministério Público Federal. O casal viajou 13 vezes em jatos do empresário, a lazer e para compromissos oficiais.
Em depoimento espontâneo aos procuradores, Eike disse que esse pagamento se refere à prestação de serviço de projeto imobiliário de sua empresa REX, junto com a Caixa Econômica Federal.
Nesta fase, operação investiga crimes de lavagem de dinheiro e ocultação no exterior de cerca de U$ 100 milhões. Boa parte dos valores já foi repatriada, segundo nota do órgão.
Ao todo foram expedidos nove mandados de prisão preventiva e quatro de condução coercitiva, de acordo com nota emitida pela Polícia Federal fluminense.
Das prisões decretadas nesta fase pelo juiz Marcelo Bretas, da sétima vara federal do Rio, já estão detidos o ex-governador Sergio Cabral e seus ex-secretários Wilson Carlos e Carlos Miranda. Esse é o terceiro mandado do prisão expedido contra eles.
Na manhã desta quinta também foi preso Flávio Godinho, que hoje é vice-presidente de futebol do Flamengo. Ele é acusado de lavar dinheiro no esquema de pagamento de propinas direcionadas à Cabral.
Entre os alvos de condução coercitiva estão Susana Cabral, ex-mulher do governador, e Maurício Cabral, irmão dele.
A reportagem ainda não conseguiu contato com a defesa de Eike Batista e dos demais alvos.
ESPONTÂNEO
Em 2016, o empresário chegou a depor espontaneamente à força tarefa da Lava Jato -seu testemunho ao Ministério Público Federal resultou no pedido de prisão de Guido Mantega. Eike afirmou que ex-ministro da Fazenda pediu-lhe um pagamento de R$ 5 milhões para o PT, em novembro de 2012.
Na época, Mantega era presidente do Conselho de Administração da Petrobras. Sob orientação do partido, ele teria firmado um contrato fraudulento com uma empresa do casal de publicitários João Santana e Mônica Moura, para realizar as transferências.
Os pagamentos foram feitos no exterior, num total de US$ 2,35 milhões.