A Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) confirmou ter registrado 253 casos de síndrome mão-pé-boca (SMPB) em 2023 até agora. Já os casos suspeitos somam 938. Conforme a pasta, foram 65 surtos notificados em 16 municípios do estado. Doença é benigna e acomete principalmente crianças menores de 5 anos. No entanto, pode evoluir para um quadro mais grave se não receber o devido cuidado.
O registro da SES-GO representa um aumento em comparação com o início do mês de maio, quando estavam confirmados 56 surtos em 14 cidades de Goiás.
Os municípios que registraram surtos da síndrome, conforme a SES, foram: Aparecida de Goiânia, Barro Alto, Caldas Novas, Carmo do Rio Verde, Cezarina, Corumbaíba, Cumari, Goiandira, Goiânia, Guapó, Jesúpolis, Mundo Novo, Ouvidor, Pires do Rio, Santo Antônio da Barra e Silvânia.
A reportagem, a superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, ressaltou, porém, que a alta dos registros não significa necessariamente o aumento de casos. “Pode ser que antes não era notificado, também. Melhoramos a sensibilidade das instituições e dos profissionais de saúde para notificarem, e por isso a gente consegue identificar”.
Flúvia lembra que os casos de SMPB são verificados sobretudo em locais onde há aglomerações de crianças, como escolas e Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis). O motivo, segundo a superintendente, seria o contato físico constante entre elas, o que facilita a transmissão da doença.
“As crianças compartilham objetos, se abraçam. Crianças pequenas, não tem como ficarem separadas, isoladas. Então isso propicia a transmissão nesses locais”, disse, enfatizando a recomendação de afastamento da criança e ida ao médico aos primeiros sintomas.
Para Flúvia, o número de surtos de SMPB registrado até o momento não é algo para “causar pânico”, mas para “ficar no radar e deixar em alerta, principalmente sobre as medidas preventivas”. Ela informou ainda que a SES-GO enviou notas técnicas para as secretarias de Saúde dos municípios sobre a doença, recomendando, inclusive, que elas trabalhem em conjunto com as secretarias de Educação para prevenir os surtos.
Prevenção e cuidados
A médica infectologista Juliana Barreto explica que a síndrome mão-pé-boca é uma doença viral benigna e extremamente contagiosa, e que tende a desaparecer sozinha no prazo médio de sete a 10 dias. O contágio, segundo ela, ocorre pelo contato físico (o que explica, por exemplo, que ela ocorra sobretudo em crianças em escolas e creches).
Juliana destaca que síndrome não tem um tratamento específico, mas os sintomas (febre e lesões na boca, mãos e pés) podem ser tratadas com medicamentos específicos. Ao ser infectada, o indicado, de acordo com a infectologista, é que a criança seja afastada das demais e vá ao médico.
As formas mais eficazes de prevenção contra a doença, de acordo com Juliana, é a devida higienização das mãos e objetos de uso pessoal e coletivo, principalmente em locais com grande quantidade de crianças. A infectologista enfatiza ainda que quem pegou uma vez, pode facilmente pegar de novo, já que não é uma doença que, curada, ofereça "imunidade permanente".