O número de mortos pelas chuvas em Pernambuco subiu para 126. A nova atualização foi divulgada pelo governo estadual na tarde desta quinta-feira (2).
Ao menos duas pessoas continuam desaparecidas. Na terça, o número de mortos chegou a 120, superando as cheias de 1975, quando 107 pessoas morreram no estado. A enchente de maio de 1966 matou 175 pessoas e continua como o maior desastre da história de Pernambuco.
No Recife, há 52 mortes confirmadas de moradores da cidade e 3.828 pessoas desabrigadas, segundo balanço da noite da quarta-feira (1º). A Folha mostrou nesta quarta que a Prefeitura aplicou apenas 17% das verbas disponíveis para urbanização de áreas de risco.
Em Pernambuco, o número de desabrigados subiu para 9.302 pessoas, que estão em 111 instituições, como escolas e entidades públicas, de 27 municípios. Campanhas de doação foram abertas para ajudar famílias atingidas.
Entre a noite de quarta e a manhã desta quinta, o Corpo de Bombeiros localizou mais duas vítimas na Região Metropolitana do Recife. Os corpos foram encontrados na Vila dos Milagres, no bairro do Barro, Zona Oeste no Recife, e no Curado IV, em Jaboatão dos Guararapes.
Ainda conforme o governo, outras quatro vítimas foram incorporadas às estatísticas após investigação social no IML (Instituto de Medicina Legal). Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro tiveram desastres naturais que somaram mais de 400 mortes nos últimos seis meses.
Entre os dois desaparecidos estão uma pessoa procurada após um deslizamento em Camaragibe, no Grande Recife, e um homem que foi arrastado pela enxurrada no bairro de Paratibe, em Paulista, cidade da Região Metropolitana.
Os bombeiros continuam nas buscas na comunidade do Areeiro, em Camaragibe, com o auxílio de cães farejadores, para localizar a última pessoa que permanece desaparecida no local. Em Paratibe, militares da Marinha auxiliam na procura pelo homem.
Ao todo, 31 cidades decretaram estado de emergência -assim como o Governo de Pernambuco. De acordo com a administração estadual, 51 municípios tiveram algum tipo de prejuízo em consequência das chuvas.
Temporal histórico Entre 17 e 18 de julho de 1975, o Recife teve um forte temporal que deixou a cidade submersa após o Rio Capibaribe, que corta a cidade, transbordar. Outras 25 cidades banhadas pelo rio foram afetadas pelo avanço da água. Além dos 107 que foram a óbito, outros 350 mil ficaram desabrigados ou desalojados.
Há 48 anos, a maior parte da cidade ficou sem energia elétrica, hospitais afetados pela água e ruas intransitáveis, deixando o transporte apenas a cargo de barcos.
As mortes das cheias de 1975 se deram pela ingestão de água contaminada, afogamentos e problemas cardíacos pelo pânico causado pelos alagamentos.