O advogado do sul-africano condenado por fraude bilionária em criptomoedas, e que foi preso em Goiânia, confirmou ao jornal a morte do homem na segunda-feira (22). Cornelius Johannes Steynberg, 41 anos, morava em uma chácara em Pirenópolis desde que foi transferido para pisão domiciliar em novembro do ano passado. No local ele aguardava julgamento de um pedido de extradição.
Segundo o advogado Thales Jayme, Cornelius estava enfrentando uma série de problemas de saúde mental que teriam se agravado a partir do dia 15 de abril. Na data, Thales o teria levado para uma consulta médica e alegou que os médicos atestaram um estado grave de síndrome do pânico. Uma semana depois, o homem faleceu em decorrência de enfarte fulminante.
O sul-africano vivia em uma propriedade rural em Pirenópolis e recebia aos finais de semana a visita da esposa, responsável pelo aluguel do imóvel. Ainda, de acordo com o advogado, dias antes da morte, a mulher teria notado um comportamento diferente do qual sinalizou a Thales e o mesmo solicitou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que direcionou o homem à Goiânia.
Cornelius foi sepultado na manhã desta quarta-feira (24) no Jardim das Palmeiras, em Goiânia. Segundo o advogado, ele estava aguardando pela análise da sua situação junto ao Comitê Nacional para os Refugiados (Conari), o que poderia conceder um pedido de extradição. O jornal tentou contato, no entanto, até o fechamento da matéria não conseguiu falar com a família.
Caso
O empresário era fundador da Mirror Trading International (MTI) e em 2021 foi preso em Goiânia por usar documento falso. À época, ele era suspeito de aplicar golpe de R$ 5 bilhões em investidores de criptomoedas, ainda era procurado pela Interpol. Durante a prisão da Polícia Militar, foi cumprido também um mandado de prisão internacional aberto contra ele.
Em 2023, a Justiça dos Estados Unidos condenou Cornelius por fraude em transações em criptomoeda, ele teria atraído investidores de pelo menos três países. Com a normativa, o empresário foi notificado com uma multa de US$ 3,4 bilhões, cerca de R$ 17,5 bilhões.