O suspeito de matar um casal com golpes de canivete em uma distribuidora de bebidas foi preso na noite de segunda-feira (21). Lucas da Silva, de 29 anos, foi localizado em uma propriedade rural em Indiaporã, no estado de São Paulo, que fica a cerca de 320 km de Caçu, no sudoeste goiano, onde o crime aconteceu. Ele estava foragido há cinco dias.
Em nota, a defesa, realizada pelo advogado Márcio Borges, o suspeito se apresentou voluntariamente, informou onde estava e aguardou a chegada da polícia para cumprimento do mandado de prisão (leia abaixo a nota na íntegra).
O crime aconteceu na madrugada de domingo (13), e foi registrado por imagens de uma câmera de segurança. O vídeo mostra quando as vítimas, Jordana Rodrigues de Faria, de 19 anos, e Pablo de Souza Batista, de 25, chegam até a distribuidora e vão até Lucas. Ele tira o canivete do bolso e ataca o namorado de Jordana, que tenta o defender. Quando ela consegue separar os dois, o namorado sai correndo e ela é atacada.
Lucas deve responder por duplo homicídio que, segundo o delegado do caso, Marlon Souza, indicaram motivo fútil e a impossibilidade de qualquer chance de defesa. Jordana teve três perfurações na região do abdômen, enquanto Pablo teve sete. O casal morreu no Hospital Estadual de Jataí: ela, um dia após o crime, e ele, depois de quatro dias internado.
O mandado de prisão preventiva foi expedido no dia 17, com parecer favorável do Ministério Público. No dia seguinte, Lucas foi interrogado por videoconferência, acompanhado pelo advogado. Segundo o delegado, ele confessou o crime mas alegou que Pablo teria colocado a mão na cintura simulando uma arma, o que não condiz com as imagens e com os relatos das testemunhas.
Marlon ainda afirmou que Lucas demonstrou choque e que disse não se lembrar completamente do ocorrido. Sobre o crime, o delegado descreveu a reação de Lucas como “desproporcional”. Continua dizendo que “ele fala também que na hora que ele estava esfaqueando o rapaz, a Jordana chega perto e ele não fez diferença, ele não viu se era Jordana ou o cara”.
A Polícia Civil de Caçu negociou com Lucas, para que ele pudesse se entregar, de forma que foram os policiais goianos que efetuaram a prisão. Ele também pediu que um familiar o acompanhasse naquele momento.
Recambiamento
Como Lucas foi preso em São Paulo, em um estado e em uma comarca diferente daquele em que foi expedido o mandado, ele foi levado para a Delegacia de Fernandópolis, a mais próxima do local onde ele estava escondido. Ele já passou por audiência de custódia na terça-feira (22), e aguarda o processo para o recambiamento para Goiás, para custódia provisória e para aguardar o andamento do processo criminal preso.
Segundo o delegado, o inquérito já foi concluído e Lucas deve ser indiciado nos próximos dias.
Nota da defesa na íntegra
“LUCAS DA SILVA, se apresentou voluntariamente à autoridade policial e prestou depoimento, apresentando sua versão sobre o ocorrido;
Posteriormente tomou conhecimento de que havia um mandado de prisão em seu desfavor. Assim, mais uma vez, de forma espontânea e voluntária, contactou por meio de advogado com a autoridade policial, informou sua localização e aguardou a chegada do Delegado Responsável (Marlon Luiz) para dar cumprimento do mandado.
Nesta data (22/10) foi realizada a audiência de custódia, sem incidentes.
Dessa forma, está (e sempre esteve) à disposição das autoridades competentes.”