Geral

Tapetes de serragem colorem ruas durante celebração do Corpus Christi

Diomício Gomes
Fiéis fazem o momento da procissão pisando em cima de tapetes de serragem, em Goiânia

Mesmo com o sol forte e calor escaldante, fiéis se dedicaram à preparação dos tradicionais tapetes da celebração de Corpus Christi, ontem. Mais antiga igreja católica de Goiânia, a paróquia Nossa Senhora da Conceição, conhecida como Matriz de Campinas, se enfeitava, como dezenas de outras da capital, para um dos pontos altos da celebração católica, a festa da Eucaristia. 

“Cristo é o nosso sustento, nosso amparo. Isso está demonstrado na disposição dos paroquianos que estão aqui de coração aberto por amor a Jesus”, disse o novo reitor do Santuário Basílica Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, padre Frederico Hozanan de Pádua, de 42 anos. Ele assumiu a reitoria e a paróquia no dia 31 de maio em meio à festa dedicada à padroeira Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e mal teve tempo de dimensionar o tamanho da movimentação que envolveria a celebração do Corpus Christi.

Prefeito da igreja, frater Eurípedes Junior contou que para a produção dos mais de 500 metros de tapetes coloridos foram necessários 180 sacos de serragem, 70 quilos de sal grosso, 40 quilos de borra de café e 23 caixas fechadas de tinta xadrez. Tudo isso foi transformado em belas imagens pelas mãos laboriosas de paroquianos que levantaram muito cedo – alguns nem dormiram. 

Dias antes, Aparecida Damacena se preocupava em enviar ofícios aos órgãos oficiais pedindo apoio à celebração e à Rede Metropolitana de Transportes Coletivos para garantir o desvio de dez linhas de ônibus que passam pela região. 

O arte educador Gilson Rodrigues de Souza foi um dos que chegaram muito cedo ao Santuário para traçar no asfalto com giz as imagens que seriam cobertas por um batalhão de fiéis. Entre eles estavam Eduardo, de 12 anos, que saiu do Jardim Nova Esperança de bicicleta, e Gabriel, de 14, morador do Setor Garavelo. Ambos se esmeravam na formatação de um dos símbolos litúrgicos, sem se incomodar com o sol.

Por amor

Ana Cândida Queiroz, de 58 anos, relatou que já se envolvia com os tapetes do Corpus Christi desde a barriga da mãe. Ela nasceu e se criou em Campinas e, muito jovem, como os garotos da catequese, fazia questão de participar da montagem. “Fazemos pelo amor que a gente tem pela Eucaristia.” Com as mãos sujas pela serragem colorida e a borra de café, ela não escondia a alegria de compartilhar o momento com outros fiéis de sua paróquia. 

Padre Frederico se envolveu com o trabalho desde as primeiras horas do dia. “Eu estou feliz com a minha nomeação. Fui bem acolhido aqui, mas sei que é uma missão desafiadora. O que estamos vendo aqui hoje é uma manifestação de fé.” Ele confessou que ao pisar nos tapetes na procissão marcada para às 17 horas, ficaria penalizado porque seria o início do fim de uma obra que exigiu dedicação dos fiéis que se deslocaram também de outras sete capelas.

Divulgação/Santuário da Sagrada Família
No Santuário da Sagrada Família, cerca de 130 fiéis passaram a noite fazendo a pintura dos tapetes
Comentários
Os comentários publicados aqui não representam a opinião do jornal e são de total responsabilidade de seus autores.
ANUNCIE AQUI