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Taxa de ocupação de UTIs em Goiânia está abaixo de 80% desde o dia 16

Secom Palmas/ Divulgação
Imagem ilustrativa de leito de UTI

Há mais de dez dias Goiânia está sem fila de espera para leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). A informação é da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que nas duas últimas semanas também tem observado uma queda de 20% no número de pacientes internados para tratamento de Covid-19 nas alas de atenção intensiva. Para a pasta, embora os dados apontem uma queda expressiva no número de novos casos e de hospitalização, o cenário não é confortável, porque muita gente ainda está morrendo em razão da doença provocada pelo coronavirus (Sars-CoV-2).

Técnico do Departamento de Saúde Pública da SMS, o médico Sérgio Nakamura explica que o número de internações começou a cair no dia 25 de março depois do pico da primeira quinzena do mês, quando o nível de ocupação de leitos de UTI chegou a quase 100% na capital. Desde o dia 16 deste mês, a taxa de leitos ocupados está abaixo de 80% em Goiânia, nível que é considerado crítico pelas autoridades de saúde.

“Sabemos que a pandemia está longe de resolver”, ressalta Sérgio Nakamura. Segundo o técnico, mesmo que o número de óbitos também esteja caindo, a média ainda é maior do que no pior momento da pandemia em 2020, entre julho e agosto. “Aparentemente parece confortável, mas 50% das pessoas que são hospitalizadas (em UTI), morrem. E ainda temos muita gente internada. Óbito é a última informação a cair”. Dados da SMS mostram que no pior momento da pandemia em 2020, Goiânia registrou 19 mortes por dia, a mesma média desta segunda-feira (26). Em 2021, a capital chegou a ter 34 óbitos num único dia. No dia 15 deste mês, a SMS registrou 22 mortes.

A variante do P1, que está circulando em Goiás, é a responsável por toda essa pressão junto ao sistema de saúde por contaminar mais, deixar o paciente mais grave e atingir outras faixas etárias, além dos idosos. Proporcionalmente, a SMS notou em março uma queda de novos casos em pessoas acima de 80 anos e, em abril, uma tendência de redução em idosos acima de 70, o que indica resultado positivo da vacinação que começou em janeiro. “Em abril os casos aumentaram em todas as faixas etárias, menos acima de 80 anos.” Sérgio Nakamura lembra que a internação de pessoas acima de 60 anos continua alta e casos de Covid em jovens com idade entre 20 e 29 anos aumentou 429% em relação ao pior momento da pandemia no ano passado.

Na fase mais complicada da pandemia este ano, entre fevereiro e março, Goiânia chegou a ter 311 leitos de UTI pelo Sistema Único de Saúde, tanto em unidades públicas quanto em estabelecimentos privados conveniados. Hoje a regulação trabalha com 295. De acordo com Sérgio Nakamura a redução ocorreu porque um prestador de serviço tinha transformado leitos de UTI normal para Covid, mas como o número de solicitações para a doença vem caindo, eles voltaram a receber outros pacientes. “Também há pressão por UTIs para outras patologias”, explica.

Em relação à solicitação de leitos de enfermaria, a última semana epidemiológica, que fechou no sábado (24), mostrou uma redução de 21% de novas internações em relação à semana anterior. Em comparação a duas semanas, a queda foi de 31%. Sérgio Nakamura acredita que a redução não ocorreu antes porque Goiânia recebe muitos pacientes do interior do Estado. “Se formos comparar ao período do pico da doença, reduzimos em 60%, mas ainda é um número alto”, enfatiza.

O médico não arrisca dizer se os goianos vão entrar em uma terceira onda da pandemia, mas acredita que o pico da segunda já passou. “A estabilidade no número de casos e a redução de internações atribuímos aos decretos estadual e municipais. É uma queda mais rápida do que no ano passado, embora os números ainda sejam altos.” A intensificação do plano de imunização, a entrada de novas variantes e as medidas de isolamento social são os fatores que vão definir se Goiás vai enfrentar ou não em 2021 um novo pico da pandemia de Covid-19.

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