Geral

UFG reforça segurança para volta às aulas

Diomício Gomes
Vigilância presencial na UFG: instituição afirma que profissionais foram treinados antes do período letivo

Com segurança redobrada, a Universidade Federal de Goiás retomou nesta segunda-feira (17) as atividades letivas, dando início às aulas do primeiro semestre de 2023. Unidade da instituição que oferece Educação Básica, Fundamental e Ensino Médio, o Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação (Cepae), com cerca de 800 estudantes da educação infantil, ensino fundamental e ensino médio, passou a ter vigilância especial reforçada na entrada e saída das aulas, com apoio da Polícia Militar do Estado de Goiás (PM-GO).

De acordo com a Pró-Reitoria de Graduação (Prograd), a expectativa da UFG é receber neste semestre em torno de 5 mil novos alunos. Alguns já chegaram via Sistema de Seleção Unificada (Sisu), UFG Inclui, Verificação de Habilidade e Conhecimentos Específicos (VHCE), nos bacharelados de Música e Musicoterapia e pelo edital de vagas remanescentes do ano anterior. “Outros ainda vão chegar, por ingresso em outros processos seletivos, dentre eles o edital complementar que está com inscrições abertas até esta terça-feira (18)”, informou a Prograd.

Na semana passada, em meio ao pânico instalado após ataques em escolas e ameaças em várias partes do País, a maior instituição universitária pública de Goiás, com 21.500 estudantes só na graduação, anunciou que o protocolo de segurança vigente foi reforçado, com atenção especial ao Cepae. No Centro de Ensino, quatro vigilantes armados estão fazendo a vigilância das 6 às 23 horas. Nos horários de entrada e saída dos alunos, vigilantes motorizados armados reforçam a segurança. Em todos os câmpus da UFG, a Polícia Militar voltou a fazer a ronda.

No comunicado divulgado na semana anterior ao início do primeiro semestre letivo de 2023, a UFG lembrou que mais de 2 mil câmeras interligadas a uma central de monitoramento funcionam todos os dias da semana, sem interrupção. Conforme a instituição, 198 profissionais fazem o acompanhamento da segurança por meio de georreferenciamento e podem ser acionados por rádio comunicação; 14 equipes motorizadas têm tempo de resposta em menos de três minutos em qualquer quadrante da UFG.

Durante o programa Boa Semana UFG desta segunda-feira (17), divulgado nos canais de comunicação da instituição, a reitora Angelita Lima fez um apelo à comunidade universitária para que não replique mensagens que possam provocar pânico. “Isso em nada contribui para a segurança. A UFG é uma instituição que promove segurança, direitos humanos e inclusão e está atenta ao que está passando na sociedade. Uma forma de combater a violência é combater a desinformação e o discurso de ódio.”

Secretário de Promoção da Segurança e Direitos Humanos da UFG, Ricardo Barbosa de Lima lembrou da importância do uso do aplicativo Minha UFG. Por meio dele é possível pedir ajuda em qualquer situação que possa gerar insegurança, desde uma possível ameaça, uma saída tardia de aulas, um deslocamento incerto e até algum problema com o veículo estacionado. “Rapidamente um dos nossos vigilantes se locomove. Todos foram treinados sistematicamente quatro dias antes do início das aulas, repassando todos os procedimentos”, disse. A UFG também faz o mesmo tipo de atendimento pelo telefone (62) 3521-2000.

Ricardo de Lima pediu que, em caso de mensagens com algum tipo de ameaça, é fundamental que elas sejam encaminhadas à Secretaria de Promoção de Segurança, via APP Minha UFG. “A última vez que a UFG foi ameaçada, há cinco anos, o nosso protocolo de segurança foi acionado e a pessoa passou a ser investigada pela Polícia Federal.” Segundo o professor, a UFG possui um sistema de segurança robusto que é referência para outras instituições universitárias.

Pai de dois filhos que estudam no Cepae, Edson Luzia Reis, de 44 anos, afirma não estar muito preocupado com a circulação de mensagens sobre supostos atos violentos em unidades de ensino. “Mas é claro que a gente toma os devidos cuidados. Converso muito com minha filha, se ela ver algo suspeito neste sentido, que comunique à direção, aos professores e fale comigo também.”

O filho mais novo de Edson tem 10 anos e cursa o 3º ano do ensino fundamental. A adolescente, de 13, o 7º an o. Ele esteve no ambiente escolar e afirma ter percebido o reforço na segurança do local. (Colaborou Deivid Souza)

PUC Goiás amplia biometria

A Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), onde estão matriculados mais de 15 mil estudantes, também tem insistido junto à comunidade universitária para não compartilhar mensagens que alimentam o pânico. A PUC lembra que o Ministério da Justiça instalou um canal específico para receber denúncias de ameaças, mas caso as intimidações estejam relacionadas à própria instituição, a ouvidoria deve ser acionada.

Na semana passada, um homem portando uma faca nas proximidades da Faculdade de Medicina, na Área 1, apavorou alguns alunos que acionaram a Polícia Militar. Seis viaturas foram enviadas para o local, mas nenhuma ameaça foi confirmada. O homem não chegou a entrar nas dependências da universidade.

O medo foi instalado na PUC após um homem de 25 anos ter sido preso após tentar agredir a namorada, no interior do câmpus 5, por causa de ciúmes. Em nota publicada nas redes sociais, o Centro Acadêmico do curso de Medicina, manifestou indignação com a falta de segurança. “Não há fiscalização ou exigência de identificação para que as pessoas transitem pelas áreas, mesmo sendo cobrado isso dos alunos.”

A PUC informou que está realizando o cadastramento da comunidade universitária para implantar o sistema de biometria por reconhecimento facial. “Está sendo feito no câmpus 5, nesta terça-feira (18) começa na Área 1, onde está a Medicina, e a próxima é a Área 6, a Escola de Formação de Professores e Humanidades.” Concluído o processo, o acesso às dependências da universidade será somente por biometria.

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