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Usuários reclamam de bicicletário do Terminal de Senador Canedo

Wildes Barbosa
Auxiliar de produção Ricardo Gomes, de 19 anos, reclama das condições do local destinado às bicicletas no terminal de ônibus de Senador Canedo

Usuários do transporte coletivo que residem em Senador Canedo têm dificuldades para fazer a integração entre as bicicletas e os ônibus. Eles se queixam das condições do bicicletário no terminal de ônibus. As reclamações são do tamanho do espaço e das condições do local, que possui poucos pontos de fixação das bikes, ausência de cobertura e segurança precária.

Esta parcela dos moradores do município costuma usar a bicicleta no trajeto casa-terminal-casa. Da estação, eles seguem de ônibus para os respectivos destinos.

A uma distância de aproximadamente 30 km de Goiânia, alguns trabalhadores se locomovem para a capital todos os dias. É o caso do Raimundo Ferreira da Costa, de 57 anos. O vendedor precisa chegar ao Shopping Flamboyant.

De casa até o terminal, o trajeto é feito de bicicleta. De lá ele segue de ônibus para a capital. No fim do dia, retorna à estação por meio do transporte público. No caminho, ele torce para que não tenha tido o veículo furtado novamente, como ocorreu anos atrás. “Tem uma câmera ali, mas não adianta nada, tinham de colocar ao menos um guardinha aqui”, argumenta. Ele completa o trajeto para a residência na bike.

O mesmo medo é experimentado por Valda Soares de Lucena Rodrigo, de 62 anos. Aposentada, a senhora também tem Goiânia como destino. O trajeto de casa para o terminal ou retorno deste à residência é na bicicleta. A duração é de mais de 20 minutos. “Deixo na mão de Deus”, afirma ela sobre a insegurança.

Valda se queixa, ainda, das condições do local. Em relação a ambientação, o chão do bicicletário é de terra e não possui lixeiras, acumulando muitos resíduos. “É tudo sujo e também podiam colocar uma cobertura aqui, bate muito Sol e enferruja (as bicicletas)”, avalia.

Com apenas 18 grades regularizadas instaladas no chão, a quantidade de bicicletas ultrapassa rapidamente este número. Desse modo, os usuários precisam criar maneiras de manter o veículo protegido. “Eles deveriam instalar mais suportes para colocarmos (as bicicletas), para não ficarem presas de qualquer jeito, porque na grade passam ônibus e várias pessoas, e pode a qualquer hora estragar a bicicleta ou alguém se machucar”, ressalta Ricardo Gomes de Oliveira, de 19 anos, auxiliar de produção em Senador Canedo.

Ricardo considera que alternar o uso de transporte público e bicicletas traz pontos positivos. “É bem interessante, economiza bastante o tempo da pessoa e diminui os carros”, comenta.

O engenheiro de transporte e professor do Instituto Federal de Goiás (IFG) Marcos Rothen ressalta que esta guarda de bicicletas nos terminais ou outros pontos não pode possuir um custo, e que a integração de modos de transporte deve ser realizada de maneira civilizatória para ser efetiva, preferencialmente com a presença de vias cicláveis ligadas ao Terminal.

“Em outros países vejo que as pessoas fazem integração muitas vezes com sistemas ferroviários, metrô, trem ou VLT”, aponta. O especialista afirma que a integração de modais é uma alternativa para a mobilidade urbana sustentável, possibilita facilidade nos trajetos, reduz custos, minimiza impactos ambientais e contribui na redução dos congestionamentos das vias. (Manoella Bittencourt é estagiária do GJC em convênio com a PUC-Goiás sob supervisão do editor Rodrigo Hirose)

CMTC afirma que projeto vai promover mais integração das bikes

Segundo a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), responsável pela criação e manutenção de bicicletários em terminais, dentro da reformulação do transporte coletivo tem no projeto para a inclusão de bicicletas integradas no sistema e a construção de bicicletários também. “A previsão desse modal já está planejada para os próximos meses”, afirma.

A reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra)de Goiânia para informações sobre como serão pensados os bicicletários no projeto do BRT, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

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