As festas juninas serão retomadas presencialmente este ano. A volta da celebração, que havia sido suspensa por dois anos em função da pandemia da Covid-19, agora desperta ansiedade e emoção por parte dos grupos de dança de Goiás.
Alex Gomes Gontijo, presidente da Federação das Quadrilhas Juninas do Estado de Goiás (Fequaju/GO), anima em dizer que “vai ter festa junina de volta, vai ter quadrilha nas cidades, nos campos, na roça, nas escolas, e em toda parte”, comenta.
O Dia de São João é comemorado anualmente em 24 de junho. São João é conhecido como o “Santo Festeiro”, e nesse dia são realizadas muitas festas conhecidas popularmente como Festas Juninas, comemorações marcadas por danças, pratos típicos e brincadeiras.
Marcante em escolas, crianças e adolescentes se aproximam da dança logo nos primeiros anos de educação, realizando apresentações.
Presidente e fundador da Associação Cultural e Teatral Quadrilha Mandacaru em Aparecida de Goiânia, Robert Junior dos Santos explica que assim como o carnaval, as apresentações de quadrilha são pensadas durante todo o ano. Mas que, pela incerteza se ocorreria em 2022, novos integrantes que só tiveram contato on-line com a associação e que antes eram realizados em seis meses, estão passando por um intensivão de um mês.
Santos, traz consigo o interesse em proporcionar aos jovens o sentimento de quadrilheiro que ele possui desde a infância.
O trabalho sociocultural de Santos foi iniciado ele e os amigos em 2007, e reúne até hoje participantes de 14 anos acima. O intuito é estimular as raízes típicas da festa de São João entre os integrantes da quadrilha, o presidente se anima em poder realizar a retomada e trazer à tona os valores dos quadrilheiros. “Não é somente um momento de festa, pra gente é muito mais do que isso. É amor, respeito, cumplicidade, acolhimento”, afirma.
O quadrilheiro Adriano dos Santos, de 25 anos, conta que conheceu a quadrilha após ter depressão. “Vi ali um refúgio no qual poderia ajudar a me reerguer, já que desde pequeno era apaixonado por quadrilhas”, diz. “Eu caminho cerca de 40 minutos para ir e para voltar, da minha casa até o ponto de ensaios. A paixão me move aos ensaios e apresentação. Sentir a energia e admiração do público faz com que tudo valha a pena”, afirma.
Nos ensaios, a troca de experiência entre pessoas e histórias também é um ponto de destaque para Adriano. “Formamos amizades e até relacionamentos, eu conheci meu noivo ali mesmo dançando o são João.” Além disso, o movimento proporciona trabalho para demais participantes que colaboram com confecção de roupas, calçados e acessórios; decoração e cenário; coreografia e auxílio musical, entre outras necessidades dos grupos. “Quadrilha junina gera novos empregos, novas rendas. Fazemos girar todo este processo”, afirma.
Alex Gomes ressalta que o estilo de dança folclórica com teor caipira mantém a ligação familiar, sempre com a presença de crianças e por ser um evento “bonito, colorido, e alegre”, diz.
Gomes compartilha o mesmo sentimento que Robert Junior no entusiasmo de preservar as raízes e costumes goianos da quadrilha e a festa de São João. A federação atua de maneira técnica sendo responsável pelo circuito goiano de quadrilhas desde a elaboração, criação e divulgação dos regulamentos e questões administrativas das equipes.
O foco do circuito é selecionar o campeão goiano para representar Goiás no concurso nacional, em Belo Horizonte.
Foi assim que conquistaram títulos como bicampeão do arraiá do cerrado e puderam representar o Estado de Goiás em Tocantins, tornando-se vice-campeão regional. (Manoella Bittencourt é estagiária do GJC em convênio com a PUC Goiás)